Aesta hora muitos já se terão esquecido.Convém recordar que há algumas semanas se discutia o projecto lançado pelo Governo Provincial de Luanda para reorganizar a actividade mototaxista na cidade capital e criou uma celeuma entre estes, as associações da classe e determinados grupos da sociedade civil que saíram em defesa por terem visto nas medidas algumas supostas violações à lei.
À semelhança de outros temas, aos poucos o assunto começou a se tornar político. Cada um à sua medida ia tirando proveito do que podia, esquecendo-se muitos dos intervenientes que se trata de uma actividade importantíssima para a locomoção das pessoas que precisa de organização, formação dos seus operadores, sobretudo em matéria de trânsito.
Estando restabelecida a actividade, reconhecendose que houve, igualmente, um certo abrandamento por parte dos próprios agentes de Trânsito, convém a cada um de nós indagar-se sobre a actuação dos próprios mototaxistas com quem viajamos, cruzamos ou lidamos todos os dias, assim como daqueles que vamos observando a cada momento. Como tudo na vida, haverá sempre os bons e maus. Cumpridores e incumpridores.
É a sina. Porém , infelizmente, continuasse a assistir quase que maioritariamente a expedientes que nos obrigam a concordar que o Governo Provincial de Luanda não deve sequer esmorecer no propósito inicial lançado para a organização deste segmento a nível da cidade capital.
Num ápice, à semelhança do que se observava outrora, voltamos a assistir as acrobacias em pleno asfalto, ultrapassagem sem seguir as regras de trânsito, circulação em sentido contrário e uma série de irregularidades que julgávamos puder pertencer a um passado.
A falta de capacetes, documentos ou ainda motorizadas sem iluminação ou adaptadas para circulação é outro dos males que perduram de forma impávida, quando a falta de um farol numa viatura o motorista se vê à rasca para se justificar.
Em suma, para muitos dos mototaxistas, vivemos todos num autêntico ‘reino em que salva-se quem puder’. Só por isso muitos nem sequer se dão ao trabalho de conhecer as regras de trânsito, passar por uma escola e estar legalizado.
Por mais que se critique, as sociedades devem e são regidas por regras. A nossa não pode ser excepção, independentemente dos problemas que atravessa. A luta pela sobrevivência não pode viver de mãos dadas com a ilegalidade com que vimos e as transgressões que assistimos em quase toda a extensão da cidade de Luanda ou do país.
Espera-se que após o período de graça dado pelas autoridades que não se esmoreça os propósitos iniciais que visam a salvaguarda não só da vida de muitos jovens, mas também lhes dar a possibilidade de se poderem tornar profissionais na actividade que exercem cumprindo as regras que todos os outros que fazem do asfalto e volante o ganha-pão respeitam.
Não se pode permitir que, por causa da escassez de postos de trabalho ou dificuldades económicas e sociais, com que nos debatemos todos os dias, exista por aí um grupo que se sinta especial, desrespeitando tudo e todos.
E antes que nos esqueçamos –e depois surjamos a criticar- a própria sociedade deve tirar as suas ilações sobre o que vai observando. E fica a questão: qual é a sua opinião sobre a forma como os mototaxistas conduzem e circulam aí no seu bairro ou município?