Com 110 obras literárias, o projecto cultural “Kamba do Livro 1” tem promovido a formação literária aos jovens e crianças nas comunidades, no Bairro Kapalanga, no município de Viana, com o principal objectivo de despertar o gosto pela leitura
Com um diversificado número de obras, desde nacionais e internacionais, o projecto baseia-se na arrecadação de livros nas comunidades, realizando campanhas socias que possam ajudar a iniciativa.
Criado em Maio do corrente ano pela Associação Cultural Flor da Filantropia, em parceria com a Administração Municipal de Viana, a biblioteca conta essencialmente com obras poéticas.
O responsável da associação, Carlos Pascoal, em declarações a OPAÍS, disse que se trata de um projecto literário que tem como base a integração artística dos jovens e a intenção de retirá-los de práticas criminosas.
“Como associação cultural, o projecto está envolvido em uma sociedade com um acentuado número de delinquência e vandalismo, como também a prostituição.
Então, neste contexto buscamos ocupar os jovens, já que acreditamos haver talentos que se perdem nestas práticas ilegais”, referiu.
O projecto permite ainda a preservação e exposição diversificada de livros com interesse populacional, uma vez que agregam valores simbólicos na sociedade e reforçar a iniciativa do projecto cultural.
Está é uma forma de estimular a sociedade a ganhar o hábito de leitura, já que, de acordo com Carlos, nos encontramos numa sociedade que pouco cultiva o hábito de leitura.
Para expandir o projecto em diferentes áreas do município, a associação tem em carteira a criação de mais duas bibliotecas comunitárias em zonas periféricas da cidade.
O objectivo levar a biblioteca em três locais diferentes do município, como forma de continuar a promover a arte literária em diferentes zonas e atrair o público juvenil para este universo literário.
Actividades Culturais
Com actividades realizadas semanalmente na Casa da Juventude de Viana, Carlos Pascoal fez saber que o projecto cultural, além de trabalhar com iniciativas literárias, promove ainda encontros aos finais-de-semana.
Desde o teatro, dança, música e artes plásticas, a associação cultural tem vindo a criar um encontro cultural para ensinar aos jovens um conjunto de actividades artísticas.
“Queremos ensinar estas artes, a fim de os jovens aprenderem, a par de os manter ocupados, porque o momento que passam na associação durante este intervalo de tempo serve para se socializarem com as pessoas.
Um vez que a organização é uma escola que visa mudar o comportamento dos jovens que estão no mau caminho”, acrescentou.
Sem recursos financeiros e apoios para a realização de alguns projectos, o responsável contou a este jornal que a falta de divulgação tem condicionado a visibilidade do projecto, uma vez que a organização filantrópica não dispõe de grandes capacidades financeiras para a expansão do mesmo.
No entanto, a iniciativa, maioritariamente constituída por jovens, tem promovido acções sociais, como palestras e workshops, para promoção da acção cultural na sociedade angolana.