A Câmara de Representantes dos EUA adoptou, Sábado, uma medida de financiamento de emergência, numa votação que evitou, à última hora, a paralisação do Governo por mais 45 dias, anunciou a imprensa
A proposta apresentada pelo líder da maioria Republicana na Câmara, Kevin McCarthy, passou com 335 votos a favor e 91 votos contra, devendo agora ser facilmente aprovada no Senado, onde os Democratas, que apoiam o Governo do Presidente Joe Biden, têm uma maioria.
Com esta iniciativa, o Governo conta a partir de Domingo com financiamento para mais 45 dias, prazo a partir do qual será necessário voltar a discutir o problema dos limites do défice e da capacidade de a Casa Branca continuar a garantir os seus projectos de investimento. A proposta teve um apoio forte de ambos os partidos (contando com votos de 209 Democratas e de 126 Republicanos), sendo considerada uma “resolução de continuidade” que inclui ajuda para zonas afectadas por catástrofes naturais, mas rejeita financiamento adicional para ajudar a Ucrânia a resistir à invasão russa.
Para passar, a iniciativa precisou do apoio de dois terços da Câmara, já que tramitou com carácter de urgência, através de um mecanismo conhecido como “suspensão do regulamento”.
McCarthy anunciou a proposta após uma reunião de quase duas horas à porta fechada. “Vamos votar um remendo de financiamento para que o Estado continue a funcionar por mais 45 dias e para que Câmara e Senado possam fazer o seu trabalho”, explicou o líder da maioria Republicana, minutos antes da sua votação na Câmara.
O plano também inclui financiamento para “os desastres na Florida, o horrível incêndio no Havai e também os desastres na Califórnia e em Vermont”.
“Vamos manter o Estado a funcionar enquanto continuamos a trabalhar para acabar com o desperdício e, o mais importante, para garantir a segurança da nossa fronteira”, argumentou McCarthy.
Apesar do seu sucesso, a proposta apresentada por McCarthy expõe o líder da Câmara a ameaças dos conservadores mais radicais, como Matt Gaetz, que exigiu que aquele não apresentasse uma “resolução de continuidade” à votação.
“Se eles querem expulsar-me porque quero ser o adulto na sala, que vão em frente e tentem.
Mas acho que o importante é o país e estarei com o nosso Exército, estarei com os nossos agentes de fronteira e irei estar com quem precisa de receber medicação”, prometeu McCarthy.
Referindo-se a vários serviços e sectores que seriam afectados pela eventual paralisação do Governo que começaria já ontem, Domingo, se não houvesse um entendimento entre os dois partidos.