Nos bairros de Luanda, o futebol salão tem sido o cartão de visita, uma vez que muitos torneios ocupam o tempo de jovens e senhoras que fazem do mesmo o seu ganha pão. Assim, o jornal O PAÍS fez uma ronda ao município do Sambizanga e de Viana, pontos onde a disputa de uma partida de futebol salão envolve vários sectores da vida pública e todos saem a ganhar
Apesar de a situação económica e financeira da população não ser saudável, por causa da subida dos preços dos produtos da cesta básica, jovens da periferia de Luanda, capital de Angola, fazem dos torneios de futebol salão, aos fins-de-semana, um motivo para sorrir.
A equipa de reportagem do jornal O PAÍS deslocou-se à zona do Moniz, bairro da Madeira, nomunicípio do Sambizanga, assim como na Estalagem, em Viana, para ver os artistas da bola, em campo, a espalharem alegria aos espectadores. No bairro onde nasceram craques como Salviano, Kiferro, Ginguma e outros decorria uma das meias- finais entre o Game Over e a Via Esperança, em nome do Torneio Laurindo Jangue, prova que visa homenagear um antigo mo- rador da Madeira, agora a residir no Zango.
No local, registava-se casa cheia e como o futebol anima paixões, os adeptos , num ambiente festivo, vibravam com o “é ué! é ué!, é ué!”, sempre que os craques pegavam na bola rumo à final do torneio, cujo prémio é de 120 mil kwanzas. Assim, a volta do rectângulo de jogo há barracas de comes e bebes montadas, os adeptos e amantes do desporto-rei, antes ou depois do intervalo, aproveitavam o momento para relaxar com uma cerveja gelada, vinho de barril, petiscos e outros aperitivos.
Em razão disto, alguns jovens aproveitavam o momento para analisarem o ambiente social, política e económico do país, vis- to que o desporto nas comunidades surge como bálsamo. À moda angolana, o kuduro, por ser um estilo de música que colocou um dos filhos da Sambizanga na berlinda, Nagrelha, que faleceu em 2022, vítima de doença, invadia, no bom sentido, a barraca de Hilária Mendes.