Desde o início das hostilidades activas na região, as forças de manutenção da paz russas evacuaram civis dos distritos de Mardakert, Martuni e Askeran.
Cerca de 5 mil pessoas foram retiradas para o local onde se encontra o contingente russo de manutenção da paz, afirmou o Ministério da Defesa russo. As forças de manutenção da paz russas continuam a operar em Nagorno-Karabakh.
“É mantida uma cooperação contínua com Baku, Yerevan e Stepanakert com o objectivo de evitar um banho de sangue e observar as normas do direito humanitário relativamente aos civis, bem como garantir a segurança do contingente russo de manutenção da paz”, acrescentou o ministério.
Todas as pessoas evacuadas estão a receber locais de descanso e refeições quentes.
Os médicos militares russos estão a fornecer cuidados médicos qualificados, de acordo com o ministério.
Na Quarta-feira (20), com a mediação do comando do contingente russo de manutenção da paz, foi alcançado um acordo para pôr fim às hostilidades. A situação está a ser monitorada 24 horas por dia.
Nagorno-Karabakh é uma região na Transcaucásia. A esmagadora maioria da população é arménia. Em 1923, a região recebeu o status de região autónoma dentro da República Socialista Soviética do Azerbaijão.
Em 1988, começou em Nagorno-Karabakh um movimento de reunificação com a Arménia. Em 2 de Setembro de 1991, o Azerbaijão proclamou a sua independência e o nome da região autónoma mudou para República de Nagorno-Karabakh. De 1992 a 1994, o Azerbaijão tentou assumir o controlo da autoproclamada república.
Nessa ação militar de grande escala morreram cerca de 30 mil pessoas. Em 1994, as partes concordaram em estabelecer um cessar-fogo, mas o status do território nunca foi determinado. No fim de Setembro de 2020, os combates recomeçaram em NagornoKarabakh.
Na noite de 10 de Novembro, o Azerbaijão e a Arménia, com o apoio de Moscovo, chegaram a acordo para cessar completamente as hostilidades, permanecendo nas posições ocupadas, trocar prisioneiros e os corpos dos mortos.
Na região foram implantadas forças de paz russas, inclusive no corredor de Lachin. No ano passado, Yerevan e Baku, mediadas pela Rússia, EUA e União Europeia iniciaram discussões sobre um futuro acordo de paz.
No fim de Maio deste ano, o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, disse que o seu país estava pronto para reconhecer a soberania do Azerbaijão nas fronteiras soviéticas, ou seja, junto com Nagorno-Karabakh.
Em Setembro, o presidente russo Vladimir Putin chamou atenção para o facto de que a liderança arménia, em essência, reconheceu a soberania do Azerbaijão sobre Nagorno-Karabakh.
O líder do Azerbaijão, Ilham Aliev, disse que Baku e Yerevan podem assinar um acordo de paz antes do fiml do ano, a menos que a Arménia mude a sua posição.