Um texto do Zé Manel, em Benguela, trouxe-nos à ribalta o depoimento de um cidadão sobre o atendimento médico na província da Huíla, palco em que de acordo com os factos apresentados indiciam algo quase que inimaginável no país.
Num país em que abundam informações contrárias às várias classes, incluindo a médica, isso se se tiver em conta o tratamento a que muitos estão votados, embora se reconheça o esforço que a maioria deles faz, das Terras da Chela surgem apenas elogios devido ao tratamento, nível de atendimento, higiene e acompanhamento por parte das autoridades locais em relação aos pacientes.
Diz o amigo Zé que não há falta de água, há medicamentos, os médicos são atenciosos, as casas de banho funcionam lindamente, há seguranças em quase todos os andares, não há falta de comida e que até os responsáveis do sector da saúde na província se desloca aos vários compartimentos para observar os cuidados que são prestados aos pacientes.
E mais: contrariamente ao que observamos na capital do país e noutras localidades, os familiares dos pacientes não precisam de montar acampamentos, com tendas e colchões ao redor dos hospitais, para atenderem qualquer emergência por parte dos seus parentes.
Seria muito bom se relatos do género fossem escutados ou lidos diariamente, dando-se a conhecer as experiências boas que nos podem ser proporcionadas por funcionários públicos em qualquer instituição do Estado angolano.
O caso do Lubango, que vai encontrando inúmeras testemunhas, tinha tudo para colorir os profissionais deste sector.
Afinal, há entre nós pessoas comprometidas com o bem-estar dos demais e que se doam, inclusive, para que os seus pacientes consigam recuperar satisfatoriamente, independentemente das condições sociais, credo ou até mesmo formação política a que pertencem.
Fazer bem, em muitos casos, tornou-se num grande desafio para muitos.
É por isso que muitas das vezes se diz que a alguns importa apenas os salários e outras benesses, descurando estes o sacrifício necessário para que todos aqueles que se sentem molestados possam ter uma atenção redobrada.
E a saúde, à semelhança de outros ramos, também vive situações semelhantes. A morte de um jovem em Luanda, à entrada do Hospital Américo Boavida, ontem Terça-feira, por suposta negação por parte dos seguranças e médicos em serviço mancha profundamente o ambiente salutar que se quer construir.
Há muito que se fala em humanização dos serviços de saúde no país. Claro está que bons exemplos existem, como é o caso da Huíla, mas outros ainda deixam muito a desejar.
E por isso ainda se perde a vida em Angola por razões que parecem ser trivais.