Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva informaram, nessa Segunda-feira, que o mandatário brasileiro deve reunir-se com o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, na próxima Quarta-feira (20) à tarde, em Nova Iorque. Zelensky aceitou o convite para a conversa no hotel em que Lula está hospedado, de acordo com o jornal O Globo.
Os dois líderes estão nos Estados Unidos para atenderem à Assembleia Geral da ONU deste ano. Caso a reunião realmente se realize, ela acontece após quatro meses de desencontros. Em Maio, os dois presidentes quase se reuniram durante a cúpula do G7, no Japão.
Por não ter acontecido, um apontou ao outro do porquê do resultado negativo: o Itamaraty dizendo que ofereceu dois horários diferentes ao ucraniano para a reunião, e ele não apareceu. E Kiev afirmando que houve “má vontade” de Brasília para fazer que a agenda acontecesse.
O desencontro perturbou as relações bilaterais e Zelensky proferiu uma série de declarações polémicas depois disso.
Lula e Zelensky conversaram por telefone em Março deste ano. No contacto, o mandatário ucraniano convidou o presidente brasileiro para visitá-lo e também reforçou a vontade da Ucrânia para que o Brasil liderasse um movimento na América do Sul de aproximação com Kiev.
No dia 17 do corrente, Lula ofereceu dois horários para uma reunião com o presidente ucraniano durante a Assembleia Geral da ONU, conforme noticiado.
A previsão é que o encontro ocorra após a abertura do evento. Na agenda do brasileiro, também há a previsão de uma reunião com o presidente norteamericano, Joe Biden.
A diplomacia brasileira mantém o status de neutralidade diante do conflito, enfatizando que para sentar na mesa de negociações tem que ter os dois lados, e que iniciativas de reuniões sem a presença da Rússia, como aconteceram na Arábia Saudita e na Dinamarca, promovidas pela União Europeia e os Estados Unidos, não valem a pena por terem tendência unilateral.
O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, já declarou diversas vezes que as “preocupações de segurança da Rússia têm que ser levadas em consideração” e que as sanções ocidentais não ajudam em nada para se chegar ao cessar-fogo.