Aumento de infraestruturas, fomento da agricultura e formação, e valorização do capital humano, constituem as três linhas para se desenvolver a província do Moxico, na perspetiva do Governo local
Os eixos de desenvolvimento do Moxico que deverão ocorrer a longo prazo, foram apresentados pelo vice-governador para o sector Político, Social e Económico, Victor da Silva, durante uma conferência de imprensa, no quadro das comemorações dos 106 anos da província, que se assinalam hoje, 15 de Setembro.
Em termos de infraestruturas, Victor da Silva entende que uma aposta muito séria deverá ser feita na construção de estradas, pontes, escolas, hospitais e aeroportos.
Em 106 anos de existência, com mais de um milhão de habitantes, a província do Moxico possui 2 mil e 426 salas de aula, 148 unidades sanitárias, três das quais de referência, 576 quilómetros asfaltados, dos 3 mil e 477 da malha rodoviária da região e dois aeroportos domésticos, entre outros.
Os eixos do Governo Provincial, podem estar alinhados com a ainda em discursão pública Estratégia de Longo Prazo “Angola 2050”, que prevê um investimento acumulado de 20 milhões e 642 mil dólares à província do Moxico.
Segundo o documento, a cidade do Luena ganha relevo como nó de articulação dos corredores de Benguela e do Leste (Dundo-Menongue) e no desenvolvimento de funções de nível superior para um mercado transfronteiriço (Zâmbia).
Olhando para a perspetiva da formação de quadros, cuja província possui apenas três instituições do ensino superior (albergam mais de 7 mil estudantes), somente uma púbica, por isso Victor da Silva advoga a construção de mais de centros de formação profissional e instituições de ensino superior.
Conforme o responsável, uma outra particular atenção deverá ser dada ao fomento da agricultura, já que Moxico detém um vasto potencial agrícola, destacando-se a produção da mandioca em larga escala, sendo o quarto maior produtor desse tubérculo no país.
Nesse capítulo, a proposta da Estratégia de Longo Prazo “Angola 2050”, instrumento central do Sistema Nacional de Planeamento, antevê que Moxico será um espaço de desenvolvimento da agricultura empresarial de grande escala apoiada em agro-pólos criando sinergias com as indústrias de agroprocessamento da pesca continental e da floresta.
“Há condições para se aumentar a produção do milho, feijão, batatadoce, banana”, disse, o vice-governador, numa alusão a acções concretas viradas aos desafios da segurança alimentar e nutricional e diversificação da economia.
Em sentido contrário, a província regista, igualmente, uma taxa considerável de “fuga” de quadros às regiões do país, porém, o vicegovernador tranquiliza que o “Governo tem apostado na formação e na valorização dos recursos humanos, especialmente dos jovens”.
Exemplificou o programa de criação de bolsas nas três instituições de ensino superior na província, embora reconheça a necessidade de diversificar a oferta formativa, num estabelecimento que carece de cursos do ramo das engenharias.
Moxico representa 17 por cento de extensão do território nacional, maior que a junção das províncias mais populosas do país, nomeadamente Luanda, Huíla, Benguela, Huambo, Bié e Cabinda.
Administrativamente, a província, elevada à esta categoria a 15 de Setembro de 1917, por via do Decreto 3365, tem nove municípios, nomeadamente Alto Zambeze, Bundas, Camanongue, Léua, Luacano, Luau, Luchazes, Cameia e Moxico.
Com nove municípios e 21 comunas, a província do Moxico é limitada, a norte, pela província da Lunda Sul e pela República Democrática do Congo (RDC), a leste, pela Zâmbia, a sul, pelo Cuando-Cubango e, a oeste, pelo Bié.