O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse, ontem, que teve uma reunião “não hostil” com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, à margem da cimeira do G20, em Nova Deli, na Índia
Numa conferência de imprensa em Hanói, capital do Vietname, Joe Biden revelou que se encontrou com Li Qiang na cimeira do G20, referindo que os dois conversaram sobre a “conferência em geral” e as oportunidades para o chamado “Sul Global”.
Até agora, não se sabia que o Presidente dos Estados Unidos se tinha encontrado com o primeiroministro da China e ontem mesmo um dos seus conselheiros de política externa, Jon Finer, disse não ter informação sobre conversas entre Joe Biden e Li Qiang.
O G20 esteve reunido este fim-desemana numa cimeira em Nova Deli, capital da Índia. O G20 reúne as 19 economias mais desenvolvidas ou emergentes e a União Europeia.
A União Africana passou a fazer parte do grupo desde Sábado, não tendo sido ainda mencionada a alteração do nome para G21.
Em declarações aos jornalistas, em Hanói, o Presidente dos Estados Unidos considerou que a situação económica da China torna menos provável a invasão de Taiwan, a ilha cuja soberania Pequim reivindica e à qual Washington fornece uma grande quantidade de armas.
Durante a conferência de imprensa, Biden foi questionado sobre o abrandamento do crescimento económico da China e se este poderia levar o governo chinês a agir de forma mais agressiva em relação a Taiwan, chegando mesmo ao ponto de invadir a ilha. “Não creio que isso faça com que a China invada Taiwan.
Na verdade, pelo contrário, provavelmente não terá a mesma capacidade que tinha antes”, respondeu o Presidente dos Estados Unidos.
Taiwan vive sob a constante ameaça de uma invasão por parte da China, que considera a ilha como uma das suas províncias que quer devolver à sua pátria, se necessário pela força, mesmo que diga ser favorável a uma via pacífica.
Washington reconhece Pequim desde 1979, mas continua a ser o aliado mais forte de Taiwan e apoia o direito da ilha de decidir o seu próprio futuro.
Os Estados Unidos e os seus aliados ocidentais intensificaram as chamadas passagens de “liberdade de navegação” de navios de guerra através do Estreito de Taiwan e do Mar da China Meridional, para reforçar que os dois são vias internacionais navegáveis, irritando Pequim.
O Estreito de Taiwan, com apenas 130 quilómetros no ponto mais próximo entra a ilha e o continente chinês, é o principal ponto de passagem das mercadorias da região para os mercados mundiais.
China e Taiwan são governadas separadamente desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949, mas Pequim considera a ilha democrática como uma das suas províncias.
A ilha, actualmente com 23 milhões de habitantes, vive autonomamente desde então, e a China ameaça tomá-la pela força se declarar a independência, o que consideraria uma quebra da situação nas últimas décadas.