As vias secundárias e terciárias da província de Luanda precisam ser reabilitadas com urgência, porque colocam os mototaxistas em perigo de vida, bem como contribuem para o desgaste acelerados das motorizadas. Para o presidente da AMOTRANG, Bento Rafael, é essencial que haja condições de trafegabilidade dentro dos bairros, antes que se proíba os mototáxis de circularem nas vias principais
Uma das medidas anunciadas recentemente pelo Governo da Província de Luanda, no quadro do reordenamento do serviço de mototáxi em Luanda, tem a ver com a proibição desta actividade nas vias principais e estradas nacionais, com o objectivo de se reduzir o elevado índice de sinistralidade rodoviária.
Esta situação fez com que os profissionais sob tutela da AMOTRANG, que não estavam preparados, reagissem de forma contrária, com o registo de manifestação, na última Sexta-feira, bem como no Sábado.
De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Motoqueiros e Transportadores de Angola (AMOTRANG), Bento Rafael, que falava à imprensa depois de um encontro convocado pelo Governo Provincial de Luanda, tudo que gostariam é que sejam ouvidos, pois já têm propostas sobre esta matéria, em aberto, que serviriam de solução.
Uma das propostas tem a ver com a divisão dos motoqueiros em classes (A, B e C), onde os membros da classe A deverão possuir formação académica, carta de condução, e beneficiar dos programas de subsídios para empreendedorismo, com todas as valências para exercerem a sua actividade laboral nas vias rápidas ou primárias, como qualquer outro condutor.
Assim sendo, os outros filiados ainda com necessidade de passarem na escola de condução, seriam classificados nas classes B e C e poderiam trabalhar nas vias secundárias.
O problema é que, segundo Bento Rafael, esta medida do Governo vai obrigar os seus filiados a trabalharem apenas dentro dos bairros, ali onde as vias secundárias e terciárias carecem de reabilitação com a máxima urgência, porque coloca os motaxistas em perigo, bem como a população que precisa desses serviços.
Bento Rafael disse que a decisão tomada foi para, por um lado, reduzir o índice de sinistralidade rodoviária, e que tem sido apontada como principal causa de mortes.
Defende também que se una forças com outras instituições em torno desta mesma causa.
“Vamos puder também influenciar na sensibilização dos motoqueiros que tem estado a usar as vias que nós consideramos como vias da morte, de acidentes, para que de alguma forma possam compreender o perigo a que ficam expostos”, manifestou o dirigente, que conta com mais de mil associados só na capital do país.