A construção do novo hospital geral, de uma centralidade com mais de 2500 habitações, bem como o maior instituto superior de ciências agrárias do país foi anunciada, ontem, em Malanje, pelo Presidente da República, João Lourenço
O Chefe de Estado revelou este dado quando falava em conferência de imprensa, na sede do Governo Provincial de Malanje, depois de dirigir uma reunião com membros do seu Executivo e do Governo local, a fim de ouvir as preocupações desta província e apresentar as possíveis soluções.
João Lourenço justificou a construção de uma instituição desta natureza com o facto de existir apenas uma, situada na província do Huambo, que está a formar pessoas para trabalharem no ramo de agronomia.
Por isso, o Presidente da República assegurou que vai nascer o segundo instituto de agronomia do país, na província da palanca negra gigante.
Acrescentou que a instituição será erguida com toda qualidade necessária em termos de apetrechamento, a fim orgulhar a todos os angolanos.
“Decidimos construir o instituto superior de agronomia, aqui, na província de Malanje. Vai ser o maior instituto superior a nível do país”, assegurou o Presidente da República, tendo garantido que “vamos caprichar; vamos fazer algo de que nos possamos orgulhar nas próximas décadas”.
Para o Titular do Poder Executivo, falar da aposta na agricultura, sem preocupação com a formação de recursos humanos, significa que as coisas não estão a ser devidamente feitas.
Por isso, referiu que não é suficiente apelar para que as cooperativas e outras organizações de produção agrícola possam produzir mais, enquanto estas não tiverem à sua disposição pessoas capacitadas para empregar nesta importante actividade.
“Não basta apelar para que as famílias produzam mais; que os empresários agrícolas produzam mais, se eles não tiverem pessoas para empregar; pessoas capacitadas que saibam deste negócio da agricultura.
Como produzir o milho, a soja, o feijão. É preciso que estejam formados”, realçou. Além da construção do futuro instituto superior de agronomia em Malanje, o Presidente da República garantiu que a instituição do mesmo nível no Huambo vai ser alvo de remodelações.
Escolha de Malanje
A escolha da de Malanje para a construção desta instituição foi justificada com o seu potencial agrícola, e, também, por ser rodeada por províncias com a mesma força de produção, como é o caso do Cuanza Norte e Uíge, principalmente.
No entanto, deixou claro que o estabelecimento de ensino deverá estar aberto para receber estudantes, que desejam a formação neste sector, oriundos de outras paragens do país.
O Presidente assumiu perante os presentes a construção de uma nova centralidade e do novo Hospital Provincial de Malanje, em substituição da antiga infraestrutura, cuja reabilitação deverá ocorrer após a feitura da nova infraestrutura.
Construção de canal de irrigação João Lourenço deu ainda garantias de que o seu Executivo vai, efectivamente, trabalhar, no sentido de construir um canal para irrigação da produção feita em todo perímetro da zona de Kapanda.
“Assumimos um compromisso de, para além da construção de instituto superior agrário, também construir esse canal para irrigar o perímetro de Kapanda. Um canal que é pequeno se compararmos com o canal que construímos no Sul de Angola”, asseverou, referindo-se ao Canal do Cafu, no Cunene.
No final da conferência de imprensa, o Presidente João Lourenço visitou a Feira do Campo de Malanje durante uma hora, aproximadamente, onde testemunhou a exibição de vários produtos da terra, em forma de demostração das potencialidades agrícolas da província.
Os trabalhos de dois dias do Chefe de Estado, em Malanje, terminaram na tarde dessa Quinta-feira, 7, depois de efectuar visita à fazenda Quizenga Lutete, a unidade agro-industrial Biocom, e, ontem, ter dirigido o Conselho de Governação Local, durante o qual ouviu as principais preocupações da província.
Preocupações O governador da província, Marcos Nhunga, aproveitou a ocasião para informar ao Presidente da República sobre a falta de vias de acesso, que inviabiliza a ligação da sede provincial com o interior.
Por outro lado, Marcos Nhunga referiu-se, também, à gritante incapacidade de distribuição de energia eléctrica e de água potável em dez municípios da província.
Os problemas que apoquentam a província, disse, passam ainda pela falta de mais unidades hospitalares, institutos superiores, e pela necessidade de se explorar o potencial turístico da província.
Por: Jaime Tabo, enviado a Malanje