O Presidente da República, João Lourenço, trabalha desde ontem na província de Malanje. Durante dois dias, isto é, ontem e hoje, o Titular do Poder Executivo vai procurar averiguar a situação econômica e social desta província.
À semelhança de outras, Malanje é aquela localidade em que os seus habitantes há muito reclamam das condições a que estão submetidos, independentemente das melhorias que se vão registando, tornando-se algumas delas insuficientes se se tiver em conta o crescimento acentuado da sua população.
Nos últimos dias, na véspera do início do ano lectivo, foi visível o sofrimento dos pais para conseguirem um lugar para os filhos ao nível do ensino primário.
Por isso, nestes dias não há outro assunto que domina as conversas que não seja, por exemplo, o número de crianças que poderão ficar sem estudar, apesar do surgimento de outras infraestruturas no âmbito do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
Com certeza, que este será um assunto que o Presidente da República e seus assessores terão de escutar, inúmeras vezes, nos encontros que tiverem, embora não se descure que a situação da empregabilidade, a conhecida dor de cabeça que o Chefe do Executivo já reconheceu em tempos, será também um dos temas candentes.
Todavia, devido ao seu solo rico e inúmeras oportunidades, Malanje se vai destacando no surgimento de algumas indústrias e outras firmas agropecuárias que vão dando algum alento ao nível da empregabilidade, bastando que alguns dos jovens desta província percebam que existem, sim, muitas oportunidades no campo, não sendo necessária que muitas delas passem por uma enxada, picareta ou arado.
Os exemplos da Biocom, Quizenga e outras áreas são convincentes. Todavia, é importante que esta mensagem atinja o maior número de jovens, muitos dos quais desdenham o campo e preferem viver quase que na indigência nas grandes cidades, onde as oportunidades hoje não são as mesmas que num passado recente.
Malanje, a quatro horas de Luanda, tem recursos inúmeros para que se possa desenvolver e contribuir ainda mais para a produção de riquezas no país.
Há muito que foram apresentados projectos, esperando-se agora que muitos deles saiam do papel para que, com certeza, os seus habitantes voltem a ganhar confiança nas próprias autoridades nos níveis que num passado recente existia.
A visita do Presidente da República é um momento que certamente os populares e outros cidadãos aproveitarão para expor os verdadeiros problemas da urbe.
E assim se espera, porque muitas das vezes a constatação in loco acaba por nos dar uma outra dimensão daquilo que recebemos em relatórios ou por terceiras pessoas.