O general Brice Oligui Nguema foi empossado, nessa Segunda-feira, como “presidente de transição” e prometeu “eleições livres e transparentes”.
Numa cerimónia solene realizada no Palácio Presidencial da Renovação, em Libreville, o general Brice Oligui Nguema, líder da junta militar que dirige o Gabão desde o golpe de Estado, da última Quarta-feira (30.08), prestou ontem juramento perante o Tribunal Constitucional.
“Juro diante de Deus e do povo gabonês preservar fielmente o regime republicano”, disse o líder golpista, vestido com um uniforme vermelho, que prometeu “respeitar e fazer cumprir a Carta de Transição e a lei”.
Nguema também prometeu “eleições livres e transparentes”, após o período de transição, mas não deu qualquer calendário para a convocação dessas eleições.
Também se comprometeu a cumprir os seus deveres dentro da “integridade superior do povo” e a “preservar as conquistas da democracia, a independência da Pátria e a integridade do território nacional”.
Além disso, o general prometeu uma amnistia para os “prisioneiros de consciência”.
Eleições controversas e golpe de EstadoO general foi empossado depois de que os militares tomaram o poder na semana passada, após a comissão eleitoral do país ter anunciado a vitória do agora deposto Presidente Ali Bongo, nas controversas eleições de 26 de Agosto – que a oposição considerou fraudulentas, não contaram com a presença de observadores internacionais e durante as quais a Internet foi cortada.
Os militares afirmaram então que as eleições não foram transparentes, credíveis ou inclusivas, e acusaram o Governo de actuar de forma “irresponsável e imprevisível”, deteriorando assim a “coesão social”.
Além disso, os líderes golpistas colocaram Bongo, de quem Nguema é primo, em prisão domiciliar por “alta traição contra instituições do Estado” e “desvio massivo de fundos públicos”, entre outros crimes.
Apesar da condenação do golpe por parte de União Africana, Nações Unidas e União Europeia, entre outros, Nguema, comandante da Guarda Republicana – unidade de elite das Forças Armadas do país – foi empossado, ontem, e está entrincheirado na lata.
O homem-forte do Comité para a Transição e Restauração das Instituições (CTRI), como se autodenomina a junta militar, já prometeu, no último Sábado (02.09), que os militares se reunirão com os partidos políticos para criar “instituições fortes” e activar reformas democráticas, antes de convocar “eleições livres”.