A China continua a ser o principal destino das importações. No vestuário, no top 3 de produtos importados constam a t-shirts de malha de algodão, com um total de 27,7 milhões de USD, calças/calções de tecido para homem com registo de 16,6 milhões de USD e t-shirts de malha não algodão com 16,2 milhões de USD
O mercado nacional de calçados e têxteis está avalia- do em cerca de 728 milhões de dólares, como mostram os dados do Estudo da Cadeia de Valor do Sector do Têxtil do Ministério da Economia e Planeamento (MEP). Com o comércio organizado através de canais formais e informais, a rede de grossistas e retalhistas com estratégias bem definidas, o mercado está caracterizado pela existência de pequenas empresas que actuam no mercado informal.
Segundo os dados do MEP, desde 2018, no segmento do vestuário, foram produzidas no país 1,5 mil milhões peças, mas tudo consumido internamente. Uma produção que se subdivide em cerca de 100 empresas existentes, como estima o MEP, que olha para além das 31 empresas de pequeno porte registadas. Estas entidades empregam um total de 941 empregados registados, bem abaixo dos mais de 2500 trabalhadores no sector.
Trata-se de uma cifra tida como reduzida para um país que já foi uma potência no segmento dos têxteis, mas que se pode perceber pelo facto de, explica o documento, as empresas do sector não se terem modernizado para servir de base para o abastecimento de vestuário e consequente redução das importações Acresce-se a isso o facto de as actividades industriais no sector têxtil e calçado estarem de algum modo paralisadas desde 2016, sendo necessário recorrer à importação de produtos para satisfazer as necessidades do mercado interno.
Esta situação actual é sustentada pela fraca produção de algodão nos últimos três anos, que, segundo os dados, não passou das 1.000 toneladas, apesar da existência de 8 mil hectares de terras aráveis e dispo- níveis para a produção de algodão na província do Cuanza Sul. Existe uma fábrica de descaroçamento de algodão na província do Cuanza Sul, que não funciona desde 2013, e outra unidade a aguardar instalação na província de Malanje. Adiciona-se a isso a existência de um sistema de irrigação instalado em 2009 na província do Cuanza Sul, que aguarda para entrar em funcionamento.
70% das importações são provenientes da China Os dados acima mencionados indicam que o mercado nacional é fundamentalmente fornecido através de importações, que a nível do têxtil chegaram aos 264 milhões de dólares, enquanto no vestuário rondaram os 222 milhões de dólares. Os dados a que OPAÍS teve acesso mostram que Angola importou, maioritariamente, tecidos de algodão onde se gastou cerca de 18,4 milhões de USD, seguido de cor- da/rede de pesca, com cerca de 11,7 milhões de USD, como se pode verificar no documento.
Por outro lado, no vestuário, no top 3 de produtos importados constam a t-shirts de malha de algodão, com um total de 27,7 milhões de USD, calças/calções de tecido para homem com registo de 16,6 milhões de USD e T-shirts de malha não algodão com outros 16,2 milhões de USD. Acresce a isso que, segundo o Estudo da Cadeia de Valor do Sector do Têxtil, as importações nos calçados chegaram a 242 milhões de dólares. O país que mais exportou produtos do sector têxtil e vestuário foi a China, que recebeu 72% do valor total, seguido de Portugal (12% do valor total). Foram importados cerca de 205 milhões de USD de calçado da China, o que representou 85% do total de importações do sector do calçado.
POR: Ladislau Francisco