A cimeira extraordinária da Comunidade dos Estados da África Central (CEEAC) realizada nesta Segunda-feira, 3, em Malabo, capital da República da Guiné Equatorial, decidiu pela suspensão com caráter imediato do Gabão da cúpula, até a normalidade institucional, em virtude dos últimos acontecimentos decorrentes do golpe militar de que foi alvo o Presidente Ali Bongo
A informação da decisão foi prestada ontem à imprensa pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Teté António, que anunciou que a mesma faz parte de um pacote de três sanções de que foi alvo o Gabão, designadamente a movimentação temporária da sede da CEEAC de Libreville para Malabo (Guiné Equatorial), cujo Presidente Nguema passa a responder pela organização. “A exemplo da União Africa- na aplica-se também esta san- são ao Gabão, que é a suspensão da organização.
A segunda decisão é em relação à sede, face a situação vigente no Gabão faz-se uma deslocação temporária, de Librevile para Malabo, isso significa que a liderança da CEEAC e o pessoal essencial passa a trabalhar em Malabo”, informou o ministro. Essa cimeira, de acordo ainda com o ministro, elegeu um facilitador, o Presidente da República Centro Africana, Faustin-Archange Touadéra, a quem lhe será entregue um roteiro para a facilitação das medidas saí- das da cúpula da Guiné Equatorial.
De igual modo, o mesmo vai trabalhar no sentido de um diálogo inclusivo com as autoridades militares que assumiram o poder no Gabão. A cimeira extraordinária da CEEAC juntou além do anfitrião, Teodore Obiang Nguema, o Chefe de Estado de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço (que já está em Luanda desde o princípio da noite de ontem), da RCA, Faustin-Archange Touadéra, Denis Sassou Nguesso, do Congo, e o primeiro ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada.
Este encontro de alto nível te- ve como mote preencher o vazio jurídico criado ao nível da presidência da CEEAC, pelos aconte- cimentos da madrugada da passada Quarta-feira em Libreville, onde militares tomaram o poder. O Presidente deposto, Ali Bongo Ondinga, era o presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Central.
Antes deste encontro, o Presidente João Lourenço manteve na última Quinta-feira um diálogo frente a frente com o seu homólogo do Congo, Dennis Sassou Nguesso, tendo na ocasião os dois Chefes de Estado condenado com veemência a tomada do poder pela força, apelando, no entanto, ao respeito pela integridade física do Presidente deposto, da sua família, bem como das altas entidades das instituições do Estado. Os dois Chefes de Estado exortaram a todos os actores a privilegiarem o diálogo político como forma de preservar a paz, a unidade e a serenidade do povo gabonês.