Enquanto times e seleções brigam por títulos e torcedores se entusiasmam com lances incríveis, o campo verde parece ser mais do que um simples gramado.
A bola rolando nas quatro linhas está longe de ser apenas um espetáculo esportivo e por trás dos 90 minutos existe um jogo político tão habilmente tramado quanto um drible certeiro.
Como dizem por aí, “o futebol é mesmo uma caixinha de surpresas”. Aceite um palpite. Se a seleção brasileira quiser voltar a erguer a taça da Copa do Mundo, talvez seja hora de considerar recrutar seus jogadores diretamente na Arábia Saudita, para onde os craques começam a ir cada vez mais jovens. Afinal, não é como se Neymar e CR7 estivessem sendo escalados lá para shows solo.
A terra das Arabias virou o novo Eldorado futebolístico, onde até mesmo os craques mais renomados são tentados a trocar suas chuteiras em busca de petróleo… perdão, queremos dizer, títulos. Mas não pense que isso é apenas um problema do foro esportivo. Não, não! Aqui, o futebol não é só um esporte, é um simulador político.
E sejamos honestos, todos sabemos que quando os políticos entram em campo, toda a partida ganha um tempero especial.
No caso do Médio Oriente, os países estão aproveitando a paixão global pelo futebol para redefinir o que é mais importante do que uma vitória: o poder. Lembram da época em que nossos avós assistiam futebol para esquecer as agruras da vida?
Essa é uma tática mais antiga do que a “folha seca”. Durante regimes autoritários, como o de Portugal e Brasil, o futebol serviu de cortina de fumaça para desviar as atenções de problemas políticos e sociais. Enquanto os astros brilhavam nos gramados, o público deixava de olhar para os assuntos espinhosos que fervilhavam nos bastidores.
Agora, na era global, são as monarquias do Médio Oriente, sem tradição democrática, mas com a permissão do ocidente, que estão descobrindo o truque. Jogadores estratosféricos como Neymar e CR7 atraem não apenas olhares, mas também influência e poder.
Afinal, nada como uma jogada genial para fazer esquecer que há um novo poço de petróleo para intoxicar a Terra ou um jornalista assassinado e esquartejado, debaixo de tudo isso. Enquanto a bola continua a rolar, não podemos deixar de sorrir com um toque de ironia.
O futebol, esse esporte que une corações e desafia a lógica, também está reescrevendo as regras políticas. Que venham as vitórias, as reviravoltas e, claro, as “contratações” vindas do Oriente.
Afinal, quem precisa de democracia quando se tem um chute certeiro? É preciso ter presente que hoje, não são só as empresas globais e tecnológicas de Musk e Bezos a fazer perigar os fundamentos da democracia.
O muito tradicional dinheiro sujo dos petrodollars está a corromper a sociedade em todo o mundo através do futebol.
Quando nossos filhos preferirem a camiseta do Al Hilal à do Palmeiras, aí já vai ser tarde demais.
Por: JOSÉ MANUEL DIOGO