Empresários sul- africanos participam de 21 e 24 de Agosto do ano em curso no Fórum de Negócios de Angola/ África do Sul. O objectivo passa por estreitar as relações económicas com foco nos sectores da agricultura, turismo, manufaturação e serviços
Na abertura do certame, o embaixador da África do Sul em Angola, Oupa Ephraim Monareng, sublinhou que a relação bilateral entre Angola e a África do Sul é muito forte e o comércio entre os países é histórico, sendo que para o fórum estão presentes 13 empresas interessadas em fazer parcerias com empresários angolanos.
O volume de negócios entre Angola e África do Sul ronda os 29,6 milhões de dólares, cifra que o diplomata quer que seja aumentada nos próximos tempos cimentando as relações nas áreas mineiras, da pesca, construção civil e agricultura. Por parte do Conselho de Administração da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX), José Sala avançou que o fórum tem como objectivo aprofundar as relações comercias e económicas entre a República da África do Sul e a República de Angola, sendo que há necessidade de maior ligação económica.
Sobre a atracção de investimentos, o responsável entende que deve ser vista de forma transversal, pelo facto de a actual lei ser atractiva para os investidores privados, incentivar e proteger todo o investimento em território angolano. Em relação aos projectos sul- africanos em Angola, José Sala referiu que de 2018 a 2022 foram registados sete projectos nas áreas de serviços, agrone- gócios e indústria transformadora, avaliados em 29.6 milhões de dólares. “A nível do plano estratégico temos como prioridade promo- ver o comércio a nível da região da SADC que vai desde atracção de investimento privado, como a promoção das exportações. A nossa expectativa é que possamos sair dos 29 milhões de dólares e atingir 120 milhões por ano”, disse.
USAID apoia a relação
Já o representante da Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em Angola, William Butterfied, referiu que o fórum é o primeiro passo para ligações entre as empresas sul-africanas e angola- nas, que devem aproveitar a Lei de Oportunidade e Crescimento Económico em Africa (AGOA). William Butterfied disse que os produtos africanos podem entrar no mercado americano livre de impostos, mas que existem ainda desafios que devem ser ultrapassados para que tal seja uma realidade, como o aumento da produtividade agrícola, e ultrapassar as normas técnicas para ter acesso ao mercado americano.
O representante da USAID acredita que seria mais fácil atingir o mercado americano acessando primeiro o mercado sul-africano, o que abriria oportunidades no sector do agro-negócios e daí a oportunidade para aumentar as exportação para o mercado americano. “ Estamos aqui para apoiar as empresas angolanas e sul-africanas a criarem ligações fortes em diversos sectores”, disse. Já a representante da congénere da AIPEX na África do Sul (Wes- gro), Tatiana dos Santos, indicou que o objectivo da empresa passa por promover relações bilaterais entre ambos os países, salientando que os empresários sul-africanos estão com foco em diversas áreas.
O fórum é uma parceria da Agência de Turismo, Comércio e Promoção de Investimento da Cidade do Cabo (WESGRO) em parceria com a AIPEX. Angola e a África do Sul são membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e mantêm relações de cooperação nos domínios político, diplomático, económico e cultural. Nos últimos anos, os dois Estados reforçaram as relações bi- laterais com a assinatura de vários acordos comerciais, que incluem a cooperação no sector petrolífero e a supressão de vistos nos passaportes ordinários.