Com objeções que possam advir, por conta da nossa reflexão, entendemos que a conscientização significativa é, necessariamente, o principal mecanismo de participação da juventude angolana nos variados espaços de comunicação, de interpretação, de relação funcional entre a idealização e a materialização, e operacionalização dos saberes que fundamentam os processos da dialéctica progressista.
A nossa abordagem parte da leitura analítica sobre a postura comportamental dos diferentes segmentos compostos/integrados por jovens.
Dito isto, temos a impressão analítica da fomentação do equívoco institucional, social e existencial que o toque de mágica implica, necessariamente, colocar jovens nos cargos públicos/similares.
Pelo contrário, sem a conscientização da participação significativa como modo de vida, em outras palavras, choque de realidade, tomada real de consciência, aperfeiçoamento do sensorialismo cognitivo como sistema funcional, a intolerância e anulação semântica, por exemplo, continuarão a ser os meios de alimentação de uma juventude racionalmente amarrada às conjunturas produtoras de tambor vazio.
Nesta época de reestruturações sociais, de desafios científicos e da imposição dialéctica da cultura da procura de soluções por via do saber, honestamente, penso que a pauta filosófica da juventude angolana dever ser a que seja capaz de produzir racionalidade, que seja capaz de resolver problemas nas suas comunidades, que seja capaz de discutir ideais, de contra-argumentar e, sobretudo, de trabalhar arduamente no senso de filtração entre a distração e o fundamental.
Vejamos, por exemplo, como a inserção quantitativa de jovens desprovidos de senso de cidadania e compromisso pátrio, tal premissa parte da realidade angolana, obscureceram os diferentes sectores produtivos, as diferentes vias de inclusão e participação de diferentes ideologias, crenças e campos sociais nas esferas que segmentam a sociedade angolana.
Todavia, pensamos que se deve a inexistência de um projecto de sociedade que dá asas à construção ideológica que se sustenta por meio dos cargos como uma via de realização pessoal, que se sustenta por meio do zelo partidarizado, logo, fomenta bajulação, intolerância e ostracismo pelo pensar diferente.
A juventude por constituir-se como a espinha dorsal da esteira social, das mudanças e transformações operacionais, pensamos que é fundamental que as suas lentes cognitivas funcionem como janelas sob o prisma do senso crítico racional que volta e meia precisa de ser aberta para arejar o cérebro.
Assim sendo, embora o ser humano seja uno e indivisível o que torna intangível as fronteiras imaginárias/objectivas entre o sujeito e sua despersonalização categorial, daí que, é fundamental a conscientização significativa no sentido de funcionar como autoclismo psicossocial e emocional.
A nossa abordagem circunscrever-se à autonomia do pensamento, como meio de articulação que dá imputes à materialização das mudanças proactivas, que parte da conscientização significativa.
Por: HAMILTON ARTES