O ex-presidente dos EUA Donald Trump pediu para não comparecer pessoalmente na audiência dessa Quintafeira num tribunal na Florida, declarando-se por escrito como “não culpado” das novas acusações no processo da alegada gestão negligente de documentos confidenciais.
Ajuíza Aileen Cannon ainda não respondeu a este pedido dos advogados de Trump (presidente entre 2017-2021) para renunciar ao seu direito de comparecer na leitura das três acusações, noticiou a agência Efe.
Às 37 acusações iniciais contra Trump, no caso dos documentos classificados, foram adicionadas uma de “retenção deliberada de informações de defesa nacional” e duas acusações adicionais de “obstrução” relacionadas com as alegadas tentativas de remover imagens de vídeo de vigilância no verão de 2022.
Além de Trump, Waltine Nauta e Carlos de Oliveira, dois funcionários do ex-presidente acusados de ajudá-lo a esconder os documentos confidenciais, foram intimados essa Quinta-feira perante a juíza Shaniek Mills Maynard, numa audiência marcada para as 14h00 locais.
Para Carlos de Oliveira, de origem portuguesa, caseiro da propriedade de Mar-a-Lago onde Trump tem residência na Florida, será a primeira leitura das acusações e para Waltine Nauta, assistente pessoal do ex-presidente, a segunda.
Oliveira está em liberdade sob fiança, após ter sido indiciado em 31 de Julho, estando acusado da destruição de provas que poderiam prejudicar Trump e, ao fazê-lo, de ter atrapalhado a investigação que visava o magnata republicano.
A Trump e Nauta serão lidas as acusações adicionais das apresentadas em 27 de Julho pelo procurador especial Jack Smith.
Por outro lado, a juíza negou um pedido de um grupo de meios de comunicação social que pediram para levar aparelhos electrónicos para o tribunal de Fort Pierce, na Florida, onde o processo decorre.
O ex-presidente, que se declarou inocente de todas as acusações, afirma que os processos judiciais que enfrenta são uma “interferência eleitoral ao mais alto nível”, quando prepara uma recandidatura à Casa Branca, em 2024, pelo Partido Republicano, e coloca a culpa em Joe Biden, Presidente democrata.
O procurador especial Jack Smith também é o responsável pela investigação ao magnata Republicano no caso em que está acusado de ter tentado alterar o resultado das eleições presidenciais de 2020 e que resultou na invasão do Capitólio, em 06 de Janeiro 2021, pelos seus apoiantes, que tentaram impedir a certificação da vitória eleitoral do actual Presidente.
Trump é também acusado de falsificar documentos comerciais num caso que envolveu a actriz pornográfica Stormy Daniels, com quem o ex-presidente teve um caso, em 2006.
Apesar dos seus problemas com a Justiça, Trump é o claro favorito para vencer as primárias Republicanas em 2024 e, assim, disputar com Biden a corrida à Casa Branca, em Novembro desse mesmo ano.