Portugal acolheu, nos últimos dias, a Jornada Mundial da Juventude, um evento singular em que estiveram milhares de jovens provenientes de todo o mundo.
Sim, isso mesmo. Foram jovens de todo o mundo, sendo que até um dia antes de iniciar a actividade, que teve como cabeça de cartaz o Papa Francisco, o argentino que vai revolucionando a igreja Católica, vi pela televisão um jovem que havia saído das Ilhas Faroe, daquelas que não demos por elas quando não há notícias sobre a sua existência ou não.
Como era de prever, por causa da sua forte influência cristã e Católica, Angola também se fez presente no certame, com uma delegação enorme saída de quase todas as províncias, sem excepção.
Nos dias em que decorriam as actividades, ao nível interno a maior preocupação era que mui- tos angolanos iriam fugir, recusando-se a regressarem ao país devido aos inúmeros problemas que vivemos. Para muitos, feliz ou infelizmente, a solução para muitos dos seus problemas estão no exterior, aliás, o mesmo palco em que até uma fornalha significativa de dirigentes também recorre.
Apressadamente, uma televisão lusa noticiou que mais de 100 jovens angolanos se tinham abalado da delegação. Tratou-se de uma fake- news daquelas, própria de muitos órgãos de comunicação portugueses, que não medem a meios para divulgar quando se trata de Angola e os seus problemas.
É provável que um outro possa ter ficado ou tenha pretendido tal desejo, mas ao que tudo indica os números não se aproximam aos escandalosos cento e tal anunciado inicialmente, mas prontamente rejeitado pelos responsáveis da de- legação angolana.
Ao voltarem, seguramente, muitos ainda acreditam piamente que a solução de Angola e dos seus problemas passa também pelos esforços que cada um de nós deve fazer, sem se excluir o papel central que o Estado tem na criação de condições para que cada um de nós possa viver condignamente sem sonhar um dia que será lá fora que teremos êxito em termos sociais e económicos.
Apesar de o número significativo ter regressado à Pátria, ainda assim fica também o recado para que o Executivo continue a trabalhar afincada- mente na elaboração de políticas mais assertivas e que possam fazer com que os angolanos se orgulhem de um dia terem nascido numa terra rica e cujos recursos beneficia a todos e não a alguns como muitos crêem estar a acontecer.