A delegação angolana que está a participar, em Lisboa, da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – evento organizado pela Igreja Católica – nega a deserção de mais de peregrinos e confirma a ausência apenas de quatro cidadãos angolanos que, forçosamente, se desvincularam para receberem cuidados médicos em unidades hospitalares, tendo um dos quais ficado em coma
A informação foi avançada ao jornal OPAÍS pelo líder da delegação angola- na na JMJ, Guilherme da Paixão, que contraria as notícias veiculas pela imprensa portuguesa, que dão conta de uma suposta fuga de peregrinos angolanos com o objectivo de se estabelecerem naquele país europeu. O responsável explicou que a ausência de participantes está controlada, e sabe-se que dois membros estão a receber assistência, depois de passarem mal depois de desembarcarem no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. “Esses que estão doentes, e ainda não recuperaram, não estão na jornada.
Temos uma peregrina que teve um embate na casa de família em Lisboa, e está em estado de coma, porque escorregou na escada e embateu com a cabeça”, descreveu, acrescentando que, ao todo, se está “a falar de quatro jovens”. Sem pretensão de querer contrariar as informações avançadas pelo bispo relativamente à saída de jovens das fileiras da delegação, Guilherme da Paixão afirmou que esta “não é uma informação ainda fiel, porque nos dados dos passaportes está tudo nos conformes”. Informação visa manchar o país O líder da delegação angolana não tem dúvidas de que estas informações estão a ser disseminadas a fim de manchar o Governo angolano e a Igreja Católica, pelo facto de que foi avançada sem que, antes, os responsáveis pelo grupo fossem contactados.
“A informação que foi passada pela Diocese de Leiria, e que a imprensa portuguesa está a veicular, é de todo uma forma de manchar o Governo angolano, e também a Igreja Católica. Pois, não contactaram o director do secretariado nacional, a coordenadora Vilma Tchissola, nem o bispo da Diocese”, entendeu. De acordo com Guilherme da Paixão, o que aconteceu é que os angolanos apareceram em número extenso, na Diocese de Fátima, em Leiria, e, no dia seguinte, havia uma missa com pouca participação destes peregrinos.No entanto, a ausência não ocorreu por conta de alguma suposta fuga, sendo que, na verdade, os jovens foram às compras e dispersaram-se, uma vez que também,“tomaram contacto de que a missa seria num espaço aberto e com sol”.
Realização de prova de vida
A situação obrigou a organização a realizar prova de vida antes de partir de Leiria para a cidade de Tomar, por meio dos passaportes de todos elementos dos grupos divididos em 25 participantes sob orientação de uma liderança estabelecida para o efeito, que controla os documentos de viagem. “A prova de vida é mediante a subida nos autocarros com a apresentação dos passaportes.
No local de concentração, antes de sair para qualquer actividade, faz-se uma chamada nominal e verifica-se o passaporte”, disse. Guilherme da Paixão adiantou ainda que, ao subir para o auto- carro, é sempre exigido o passa- porte para a partir do computador fazer-se a inserção do nome, garantindo, com isso, a informação do número de vezes que o peregrino participou das actividades e de quantos estão presentes ou ausentes. “Ali conseguimos baixar os dados para perceber quantos estão connosco, quem falta, de que paroquia é e assim chamamos atenção ao responsável desse grupo”, avançou.
Peregrinos viajaram com visto grátis pela JMJ
Por se turno, o bispo de Cabinda, Belmiro Chisseguenti, adiantou que os peregrinos que partiram do país para Lisboa foram beneficiados com o acesso à visto, gratuitamente, em nome da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Além disso, acrescentou, beneficiaram também de uma considerável redução no preço do bilhete de avião pela companhia de bandeira nacional – TAAG.
“Os vistos foram grátis, em nome da Jornada Mundial da Juventude. A TAAG fez uma boa redução dos preços. Alguns pagaram na totalidade, outros foram patrocinados”, avançou o prelado que garante que os peregrinos “estão bem e calmos”. Angola marca presença na Jornada Mundial da Juventude desde 1987. Desta vez, para Portugal, a delegação de angolanos – quer aqueles que saíram do solo pátrio, como os que foram de outras partes do mundo, mas inscritos como angolanos – participam um total de mil e 518.