O resgate da dívida interna e externa vai custar aos cofres públicos Kz 8 biliões entre 2019 e 2022, com o pico dos reembolsos a situarse em Kz 2,6 biliões em 2020
Angola vai ter de desembolsar Kz 8 biliões no resgate da dívida interna e externa entre 2019 e 2022, segundo dados oficiais do Executivo compilados pela agência Lusa. A informação resulta de uma análise ao Plano Anual de Endividamento (PAE) para 2018, do Ministério das Finanças, que aponta para um pico de desembolsos em 2020, ano em que o total de resgates a pagar pelo Estado ascenderá a Kz 2,6 biliões.
Em 2019 estão previstos resgates, entre dívida interna e contraída externamente, na ordem dos Kz 2,2 biliões, em 2021 no valor de Kz 1,5 biliões e em 2022 de Kz 1,7 biliões, seguindo-se depois numa curva fortemente descendente de desembolsos.
O documento reconhece que em termos de dívida interna, a maturidade média residual da carteira da dívida é de aproximadamente 5,12 anos, que desce para 2,16 anos quando retiradas as emissões especiais. Já na dívida externa, a maturidade média situa-se em cinco anos, ‘sendo que apenas 7% vence entre 1,5 a 2 anos’, lê-se no documento.
O Governo prevê captar Kz 6,721 biliões de dívida pública em 2018, totalizando Kz 14,302 biliões de endividamento até final do ano, para ‘colmatar as necessidades de financiamento’ do Orçamento Geral do Estado (OGE), igualmente de acordo com o PAE.
O stock de dívida governamental deverá permanecer com a tendência de crescimento verificada nos anos anteriores, que se fundamenta numa maior participação da dívida titulada’, refere o documento, apontando um crescimento de 18% face a 2017.
A cumprir-se, por outro lado, a previsão governamental de crescimento económico de 4,9% em 2018, o rácio da dívida pública angolana deverá ascender no final do ano a 60% do Produto Interno Bruto (PIB).
Desta forma, Angola deverá chegar ao final de 2018 com um volume de dívida pública governamental (excepto empresas públicas) de aproximadamente Kz 14,302 biliões.
O serviço da dívida governamental totalizará em 2018 cerca de Kz 5,665 biliões, dos quais cerca de 65% corresponderão aos encargos com a dívida interna e 35% com a divida externa.