Actualmente, 600 homens e mulheres trabalham neste projecto agrícola que conta com as primeiras 13 famílias assentadas, beneficiadas com uma residência, uma área de produção a céu aberto e uma estufa de 500 metros quadrados. Ontem, jornalistas da imprensa estrangeira radiografaram as potencialidades locais.
POR: Milton Manaça
A Quiminha atingirá o auge da sua produção no mês de Outubro do corrente ano, com cerca de 40 mil toneladas de produtos diversos, altura em que o projecto passará a empregar até duas mil pessoas. A informação foi prestada pelo presidente do Conselho de Administração da Gesterra, Carlos Paim, no fim da visita que, ontem, os representantes de alguns órgãos de comunicação social estrangeiros efectuaram ao local. Segundo Carlos Paim, a Quiminha emprega actualmente 600 pessoas, entre camponeses e pessoal administrativo, responsáveis pela produção actual de 27 toneladas de bens diversos, comercializados em vários estabelecimentos comerciais de Luanda.
Actualmente, estão assentadas na Quiminha 13 famílias camponesas que, desde Abril de 2017, beneficiaram de residências privadas e espaços para cultivo. Foi dada uma moratória de isenção de pagamento de quaisquer impostos até três anos, altura em que se estima que as famílias atinjam a sua autossustentabilidade. No local estão também construídas uma escola do Ensino Primário e Iº Ciclo, um centro de saúde e uma creche, destinadas a servir as famílias do projecto. Quando estiver em pleno funcionamento (100%), o projecto contará com 64 fazendas industriais, cujo assentamento dos primeiros investidores privados será feito também em Outubro.
Produção de ovos
Para além da produção agrícola, o Projecto de Desenvolvimento de Quiminha abarca um aviário responsável pela produção de 24 milhões de ovos/ano. O aviário tem mais de 900 mil galinhas poedeiras. Importa frisar que esta iniciativa agrícola surgiu no quadro do programa de aumento da produção interna para a redução das importações, iniciado em 2008 com a elaboração dos estudos preliminares do projecto aprovado em Conselho de Ministros. Segundo os responsáveis da Quiminha, o Estado angolano investiu 146 milhões de Euros neste projecto.
Jornalistas atribuem nota positiva
Os jornalistas de órgãos estrangeiros que visitaram o projecto a convite do Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM) dizem terem ficado com uma impressão positiva do projecto, particularmente no seu aspecto social. O correspondente chefe da agência informativa Prensa Latina, Roberto Solano, considerou como positiva a integração social das famílias camponesas no processo produtivo da Quiminha, que pode gerar prosperidade aos angolanos. Já o delegado da agência Lusa, Paulo Julião, entende que na Quiminha se encontra o que “melhor se pode ver da produção agrícola” e realça a necessidade de se conceder a devida abertura aos órgãos de comunicação para reportarem os projectos e dar-lhes a conhecer aos investidores nacionais e estrangeiros.
José Levy, da Rádio e Televisão Portuguesa (RTP), defende o mesmo ponto de vista, que acrescenta a necessidade dos órgãos reportarem, de forma equilibrada, tanto os aspectos positivos quanto os negativos da sociedade. José Levy considera o projecto impressionante pela sua dimensão e a quantidade de mão-de-obra que vai absorver quando estiver concluído. O director do CIAM, António Mascarenhas, considera que a iniciativa visa mostrar as potencialidades dos projectos em destaque, particularmente na vertente turística, à imprensa estrangeira. Para si, este tipo de viagem terá como destinos outros lugares do país, tal como se procedeu na Biocom.