Voltado à figura de Agostinho Pedro Neto, pai do primeiro Presidente da Republica, Agostinho Neto, o projecto denominado ‘Centro de estudos sobre o nacionalismo angolano’ lançado ontem, em Luanda, visa divulgar o contributo dos nacionalistas angolanos
O acto, ocorrido no Centro Cultural Dr. António Agostinho Neto, é direccionado àqueles cujas acções não são conhecidas, servindo como um suporte histórico e cultural de Angola.
Trata-se de estudos que serão abrangidos a todos os actores que muito fizeram para o alcançar da independência e liberdade da nação angolana, independentemente das cores político-partidárias.
Segundo o director do centro, Amarildo da Conceição, a intenção do projecto é vasta, mas a principal meta é o trabalho na pesquisa e investigação de aspectos ligados ao nacionalismo angolano.
O mesmo terá como figura principal o saudoso camarada Agostinho Pedro Neto, segundo o responsável.
“Há várias questões que ainda pairam no ar sobre os contributos dos nossos nacionalistas. Não se esgotaram (e jamais se esgotarão).
No entanto, nós queremos dar o nosso humilde contributo sobre este assunto, para que possamos então fornecer mais dados para potenciar a escrita sobre a história de Angola”, reiterou.
Amarildo da Conceição explicou que o projecto não possui qualquer suporte financeiro das instituições do Estado e que carece de apoio.
Filipe Zau enaltece projecto
Presente no evento, o ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, considerou ser um trabalho interessante e importante para a autodivulgação e valorização das acções dos nacionalistas angolanos.
“O que está aqui a ser abordado é um trabalho árduo sobre o nacionalismo, que foram as lutas dos nacionalistas em prol da libertação de Angola, que se encontrava sob domínio da administração colonial portuguesa”, disse o governante.
Filipe Zau sublinhou que os estudos resultantes deste projecto poderão ser proveitosos para a compreensão do percurso histórico de Angola em todas as vertentes.
“Trazem benefícios para o país, para a cultural, para o conhecimento da nossa própria identidade, da nossa história e da nossa autonomização política, económica, cultural…tudo isso em conjunto”, exaltou.
Maior reconhecimento
Para a viúva de Agostinho Neto, Maria Eugênia Neto, o projecto é uma inicia positiva e pode dar um grande contributo para o conhecimento dos feitos, não apenas do seu antigo esposo, mas também da sua família em geral, sobretudo os dos pais de Neto.
“Acho que é uma ideia muito boa e que pode também contribuir para o conhecimento do presidente Neto e da sua família.
O pai e a mãe foram pessoas excepcionais que o ensinaram muito bem, de tal sorte que ele até foi um aluno distinguido nas escolas de Portugal onde passou”, destacou a antiga primeira-dama da República.
Maria Eugênia Neto aproveitou o momento para recordar com nostalgia alguns momentos vividos ao lado da família de seu esposo, no bairro Operário.
“O pai de Neto era uma pessoa muito recta, excepcional e ensinava-o muito bem o português.
Então, o filho herdou aquele carisma e inteligência do pai.
O crescimento e amadurecimento do Presidente Neto, eu acho que foi fruto da exigência e rigor do pai”, destacou.