Como queiram, sou Alguém…
E julgo que devia existir uma pragmática que estudasse o comportamento humano em assuntos de partilha.
Desde que fiz o anúncio da venda do meu livro, MICROSCÓPICA VISÃO DO SENHOR DAS AVENTURAS, o primeiro, através da força que me é disponibilizada, certas ideias começaram a ter morada em mim, de modo mais sólido.
O primeiro livro será sempre um parto prematuro, se os assistentes ao mesmo não se oferecerem às críticas.
Embora isto não seja prática recorrente, uma parteira é como um leitor que viu o nascimento de um livro primogénito.
Ambos podem, e muito bem, sugerir tratados especiais para a parte seguinte. Porém, neste mundo de carnaval incessante, excelentíssimos, não vivemos tão-unidos como se propala; diante da necessidade de auxílio, os outros ligam auriculares e ouvem música, isoladamente; se vivemos misturados nesta poeira, diga-se a verdade, é porque cada um está à espera da sua oportunidade de desenvolver e padecer do sopro divino.
Quando me comunico com os meus espíritos, geralmente, tento sentir o que falta em mim, embora essa busca me custe mais do que um dia de inquirição; trata-se de um acto ao qual me devo submeter recorrentemente.
Claramente, a máxima milenar “conheça-te a ti mesmo” é, para quem tem um pouco mais de tempo reflexivo, um culto à simbologia do silêncio, que nunca pode ser confundido com as nossas limitações.
A verdade é que cada vez que nos doamos ao mundo, por conseguinte, dispensamos uma parte energética do nosso eu.
Quem não sabe que somos energia?
Não será a primeira vez que sublinho a necessidade da preservação daquele culto obrigatório.
Parece que precisamos de um diagnóstico actualizado, de modo que se apure os nossos instintos entre a separação das banalidades e os propósitos que nos ponham à frente desta carruagem.
Faço parte da comunidade jovem e, por mais céptico que seja, continuamos a constituir o pilar para alavancar este país.
Independentemente da nossa casmurrice, cada um de nós tem sempre aquele dia em que se sente mais burro, mais incapaz, menos pessoa, mais lixo, mais fútil, no entanto.
Cada vez que viro para mim mesmo, admito a possibilidade de buscar compreensões do meu ser.
Desde a antiguidade Clássica, o silêncio foi observado por grandes filósofos do pensamento.
Mas não precisamos de estar, sempre, imunes à nossa realidade.
A meditação não é uma virtude em falta?
Olha-se às acções quotidianas e não se nos restam dúvidas de que precisamos de uma charrua: o nosso cérebro vive empoeirado há tempos.
Quem teria a coragem de propor a si mesmo uma terapia?
O silêncio comum, se não servir para exorcizar as ideias menos claras, será símbolo do medo, da falta de coragem, da ausência da empatia.
E todo aquele indivíduo que se diga homem, com as peças todas no seu devido lugar, saberá que é impossível não pensar, quando se respira o ar da Natureza.
Por: SALVADOR XIMBULIKHA