A Polícia Nacional do Quénia declarou ontem ilegal a grande manifestação de segunda-feira, convocada pelo líder da oposição Raila Odinga, após declarar fraudulentas as eleições do ano passado, que deram a vitória ao actual Presidente do país, William Ruto Odinga prometeu na semana passada que a marcha de segunda-feira em Nairobi, cujo percurso permanece sem ser anunciado a menos de 24 horas da concentração, iria ser “a mãe de todos os protestos” e o culminar das manifestações dos últimos dias, apesar de se esperarem ainda os detalhes do evento ao longo das próximas horas.
Fontes próximas de Odinga, citadas pela Efe, deixaram antever que a marcha poderia realizar-se no centro financeiro da capital queniana, o que obrigaria ao encerramento forçado de dezenas de negócios e comércios, face a possíveis distúrbios.
O comandante da Polícia Nacional de Nairobi, Adamson Bungei, anunciou ontem, em comunicado, que a convocatória de segunda-feira “não cumpre os requisitos da Lei da Ordem Pública”, porque os organizadores não informaram a rota completa da marcha com os três dias de antecedência requeridos, segundo um comunicado recebido pelo diário The Nation.
A polícia anunciou um forte contingente que restringirá o acesso a várias sedes institucionais, incluindo o Parlamento estatal, onde poderia acabar a manifestação.
Os protestos ocorrem depois de terminar o ultimato de Odinga ao Presidente para apresentar os dados dos servidores eleitorais durante o sufrágio de Agosto.
As eleições acabaram por ser decididas pelo Supremo Tribunal do país, com parecer unanimemente apoiado pelos sete magistrados que compõem o tribunal, mas Odinga rejeitou categoricamente a sentença e, ao longo dos meses, também acusou Ruto de incapacidade para conter o aumento dos preços e “sufocar todos os quenianos em impostos”.