Nos indicadores de sobrevivência infantil, Angola melhorou grandemente, tendo registado um índice de 92% em 2020, contra o ideal de 99%. Mas ainda está abaixo dos indicadores da região da África Subsariana com 93% e da SADC com 95%
Angola tem uma taxa de emprego de 46%, que representa a maior da Comunidade de Países da África Austral (SADC) e da África Sub- sariana, segundo dados do Plano do Executivo de Longo Prazo “Angola 2050”, a que este jornal teve acesso. Na SADC, a taxa de emprego é de 37%, enquanto na África Subsariana é de 41%. Além disso, Angola tem uma população inativa a rondar os 36%, abaixo dos 44% registados em toda África Subsariana e dos 38% registados na SADC.
No entanto, o documento aponta para o facto de que, apesar de mais qualificadas que as gerações anteriores, a grande fatia, cerca de 55% das gerações mais novas, não participa na actividade económica, uma situação que representa um elevado risco social. Assim, a população desempregada, que remetem a 2020, ronda os 19%, abaixo dos 25% da SADC, mas muito acima dos 15% regista- dos na região da África subsariana.
Os dados indicam ainda que Angola foi a campeã do crescimento de curto prazo, tendo crescido 7% entre 2002 e 2008, mas também mostra que foi a que menos cresceu, neste mesmo segmento, no período entre 2008 e 2014, quando cresceu apenas 0,7%, a frente do G7, mas muito atrás da SADC, que no mesmo período cresceu 2,7% e da região da África Subsariana que cresceu 1,5%. Mas nem tudo são boas notícias, o documento a que OPAÍS teve acesso indica que, no período entre 2014 e 2021, Angola registou maior contração económica que os blocos regionais, ou seja, 4,5%, contra os 0,7% da região da África Subsariana e 0,1% da região da SADC.
No que toca aos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), percebe-se que, apesar das mui- tas melhorias, Angola está ainda abaixo dos indicadores dos principais blocos regionais. Num máximo de um, Angola registou 0,36 de Índice de Capital Humano (ICH), abaixo dos 0,5, tido como mediano e abaixo dos 0,40 da África subsariana e abaixo dos 0,43 da SADC e países de crescimento médio com 0,48%. Subida na sobrevivência infantil Nos indicadores de sobrevivência infantil, Angola já melhorou grandemente, tendo registado um índice de 92% em 2020, contra o ideal de 99%.
Mas ainda está abaixo dos indicadores da região da África Subsariana com 93% e da SADC com 95%. A estes acresce os países de crescimento médio, que é o nível de países de Angola, que têm índice de 96%. Quanto à educação infantil e juvenil, a média dos países do nível de Angola é de 6,6%, longe do ideal que é 10,4%, conforme mostra o documento Angola 2050, sendo que o nosso país ficou pelos 4,2%, distante dos países de crescimento médio e igualmente distante dos números da SADC, com um percentual de 5,8. Acresce-se a isso o facto de que Angola tem a maior taxa de crescimento da população com menos de 25 anos. Uma taxa que ronda os 65%, acima dos 62% da África Subsariana e 56% da SADC.
A Estratégia de Longo Prazo, denominada “Angola 2050”, é um plano do Executivo angolano, com uma visão clara do que se pretende para o país no futuro, mas articulando de forma clara e decisiva as iniciativas de curto prazo que assegurem a direcção certa.. Assenta em três pilares, nomeadamente desfasamento dos resultados alcançados pela anterior estratégia decorrente de factores internos e externos, necessidade de alinhamento com os novos compromissos internacionais assumi- dos e harmonização do horizonte temporal.
POR: Ladislau Francisco