A respeitada dupla Duo Canhoto, constituída por Antero Ekuikui e Guilherme Maurício, carece de apoio financeiro para lançar a sua segunda obra discográfica, cujo título ainda não foi definido, mas algumas canções que vão compor o álbum já estão gravadas
A informação foi avançada ao jornal OPAÍS por Antero Ekuikui durante um concerto realizado no último fimde-semana, no Palácio de Ferro, em Luanda.
O trovista contou à nossa equipa de reportagem que desde o lançamento da primeira obra discográfica, intitulada “Lado Esquerdo”, em 2004, a dupla trabalha sem qualquer apoio ou patrocínio, estando dependente de pequenos shows e concertos para a sua sobrevivência.
“Neste momento, temos a obra terminada em termos de capitação.
Estamos agora à procura de patrocínio para podermos oferecer um trabalho completo, com tronco, membro e toda estrutura necessária, ou seja, um álbum como tal”, avançou o artista.
O mesmo adiantou que, para além da situação do álbum, estão também na luta da busca de apoio para a gravação de um videoclipe que irá servir de “cartaz” para o próprio trabalho discográfico.
A dupla, que existe há mais de 35 anos, possui um álbum no mercado e um videoclipe “Não me provoquem”, produzido em 2019, 15 anos depois do lançamento do álbum.
“Hoje em dia a música não é apenas áudio, é preciso promover a imagem.
Então estamos também nesta luta da gravação de um videoclipe” , referiu o artista que desabafou que “não temos nenhuma produtora.
Dependemos da sorte e assim vamos caminhando”.
Sobre o futuro do grupo, Antero Ekuikui mostrou-se vulnerável, uma vez que dependem de eventos paralelos para garantir o seu sustento e existência como conjunto musical.
No concerto denominado “Sexta-feira de Trova”, mas que aconteceu no Sábado devido a constrangimentos de agenda, interpretaram temas como “partida para o contrato”, uma homenagem ao poema de António Agostinho Neto.
Brindaram ainda os presentes com a canção instrumental “Ressurreição” (homenagem a Elias Diá Kimuenzo) e “Kuli ombambi”, entre outros temas que compõem o vasto repertório.
Judete e Ester querem expandir talento
Neste evento participou ainda a dupla composta por Judete e Ester, que interpretaram alguns sucessos nacionais e internacionais, como “No Jesus no life” e “One love” de Bob Marley, “Not yet uhuru”, da sul-africana Letta Mbulu.
A par da música “africana de raiz” da autoria da dupla, cantaram ainda “Borboleta” de Bruna Tatiana, e outras que também abrilhantaram a noite com sua voz peculiar e autêntica que lhes é característico.
A completar seis anos de existência, as duas irmãs, que há muito têm conquistado o coração do público angolano com o seu estilo de poesia cantada, prepararam a versão da música “Nguami maka”, de Lulas da Paixão.
A OPAÍS revelaram que a versão será lançada ainda este ano, e que fará parte de um projecto que contara igualmente com versões de outras músicas de alguns músicos nacionais e internacionais, com realce para o estilo Semba.
“Para este ano 2023, nós estamos a preparar versões de duas músicas muito conhecidas, que fizeram muito sucesso nos anos 80.
Uma delas é a música de Lulas da Paixão com o título ‘nguami maka’ e a outra ainda é surpresa”, informou Judete, a mais velha entre ambas.
Sem adiantar a data, asseguram que será uma versão nostálgica e que levará o público a reviver os momentos da década de 80, mas “com um gosto muito positivo de saudades”.
Para o ano preveem realizar um concerto musical na província de Benguela, com o intuito de expandir o seu talento e versatilidade, com os detalhes a serem preparados pelos seus agentes, no caso os seus pais e a produção local daquela província.
“As pessoas vão ouvir a versão e temos certeza que vão gostar.
Muita gente que é daquela geração vai sentir-se abraçada e vai lembrar-se da sua juventude naquela época, quando se ouvia muito essas músicas”, disseram as meninas expectantes.