Angola ainda não auto-suficiente em produção e refinação de sal pelo número reduzido de refinarias que possui e que contrasta com a quantidade de consumo, o ministro Victor Fernandes que ver mais empresas dentro do sector
O ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, disse, recentemente, que o Governo tem condições para financiar projectos virados para a criação de indústrias do sal no país. “Nós temos condições hoje até para financiarmos este investimento (do sal)”, disse. O governante sublinhou que há intenção de empresários em investirem na área, tendo feito um apelo à classe empresarial, particularmente os ligados à refinação de sal.
“Nós temos condições para apoiar estas iniciativas e, inclusive, financeiramente para a produção de sal, pois temos toda cadeia produtiva para ser apoiada e gostávamos que houvesse muito mais iniciativas neste sentido”, aclarou. Victor Fernandes disse que Angola ainda não pode ser considerada auto-suficiente em produção e refinação de sal pelo número reduzido de refinarias que possui. A produção de sal refinado, continuou, tem a ver com o consumo do país e mil toneladas de produção mensal não chega para o consumo total. Por esta razão, reiterou que o Governo quer ver mais fábricas destas no país.
Acrescentou que temos a produção primária auto-suficiente pela existência de uma costa enorme e com condições climáticas que favorecem a actividade industrial de refinação. Em declarações à imprensa, por ocasião da inauguração da nova refinaria do sal, em Viana, o seu responsável, Rajesh Gurbani, realçou que a intenção é substituir as importações com a produção nacional.
“É a nossa primeira experiência em refinação de sal, porém, com experiências noutras áreas de produção alimentar, entretanto, nos desafiamos neste ramo em Angola e começamos com uma produção aceitável”, disse. Com 44 funcionários nacionais e seis expatriados, Rajesh Gurbani sublinha que a matéria-prima é toda produzida localmente, sendo que a unidade fabril dispõe dos serviços de processamento e refinação, iodização e empacotagem de embalagens a retalho. Relativamente à matéria-prima, o responsável refere que o sal bruto sai maioritariamente das províncias de Benguela e Bengo.
Em funcionamento desde Novembro de 2022, a unidade fabril, avaliada em 5.5 milhões USD, o número de postos de em- prego poderá multiplicar-se para 140 nos próximos tempos. Desde a sua abertura, a empresa já arrecadou cerca de 800 milhões de kwanzas. Com capacidade instalada de 1000 toneladas por mês de sal iodado, a infraestrutura vai distribuir sal fino em embalagens de 1kg, 250g e 500g, sem descurar pacotes a granel de 25kg para fornecimento às padarias e outras indústrias de produção alimentar.
Dados disponíveis referem que a produção de sal em Angola foi de 182,6 mil toneladas, entre Julho de 2020 e Julho de 2021, o equivalente a um crescimento de 13,5%. Segundo dados da Associação dos Produtores e Transportadores de Sal de Angola (APROSAL), o país tem mais de 20 salinas em funcionamento, distribuídas pelas províncias de Benguela (com sete unidades), Namibe (seis) e outras operacionais em Luanda, Zaire, Bengo, Cuanza Sul e Cabinda.
POR: Francisca Parente