Foram promovidas mais de dez mil mulheres afectas à Polícia Nacional de Angola (PNA), para postos de oficiais comissários, superiores, subchefes e agentes desse órgão, entre os anos 2021 e 2022, segundo o ministro do Interior, Eugénio César Laborinho
O acto de promoção resulta de reclamações “legítimas” de mulheres que reivindicam por igualdade de oportunidades e inserção, nos cargos de mando, direcção e chefia, de acordo com informações prestadas pelo governante, no fim-de- semana, no Estádio 22 de Junho, em Luanda, quando discursava em alusão ao Dia Internacional da Mulher.
“Tem sido uma reclamação legítima por partes das mulheres, por isso assumimos o compromisso de fazer mais e melhor em prol da mulher e do equilíbrio do género”, disse, referindo que, “no período de 2021 a 2022, tivemos um registo de mais de dez mil mulheres promovidas a distintos postos”. Eugénio Laborinho garantiu que o exercício de promoção da mulher polícia vai continuar, sem, no entanto, deixar de se ter em atenção a diuturnidade, o cargo e sempre que houver disponibilidade financeira para esta pretensão.
Sublinhou ainda que o ministério que dirige reconhece o potencial e o valor da mulher, o seu contributo e engajamento nas tarefas a si confiadas neste departamento. Razão pela qual, avançou, o Ministério do Interior (MININT) continuará a trabalhar para promover a igualdade de oportunidades nos distintos órgãos executivos directos, delegações provinciais e em todos os sectores. Por isso, recomendou aos responsáveis dos órgãos do MI- NINT a prestarem maior atenção às mulheres, sobretudo àquelas que se destacam pelo seu trabalho, competência e profissionalismo.
“Mudar a mentalidade tradicional”
Para o titular da pasta do Interior, os homens e mulheres, que compõem a sociedade, devem encarar e desempenhar com responsabilidade o seu papel, quer seja de pai, mãe, filho ou profissional. “Que todos cultivem uma consciência mais aberta, sem tabus, que permita realmente mudar a mentalidade tradicional que consiste, nalguns casos, em sub- carregar a mulher nas tarefas diárias e, de certa forma, romantizar o seu sofrimento”, apelou. No seu discurso de abertura, Eu- génio Laborinho entendeu que a luta da mulher pela sua emancipação, igualdade e reconhecimento é um processo que vem alcançando grandes conquistas. Considerou que a mulher de hoje não é a mesma de ontem, que, disse, estava apenas resignada a cumprir as tarefas domésticas.
“O contexto actual é completa- mente diferente”, afirmou. Eugénio Laborinho repudiou o facto de a violência doméstica, a violação e o abuso sexual persistirem a ser males que afectam as mulheres. Porém, exultou pela sua criminalização, considerando-a um passo importante. “Precisamos de reforçar as campanhas de sensibilização e pro- mover, continuamente, a cultura da denúncia no seio da população, a fim de serem responsabilizados os agressores e infractores”, defendeu.
Participaram desta actividade o secretário de Estado para Acção Social, secretários de Estado do Ministério do Interior, o inspector-geral interino deste departamento ministerial, o comandante-geral da Polícia Nacional, assim como como representantes do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SINSE), do Serviço de Inteligência Externa (SIE) e do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM). Os membros do Conselho Consultivo do MININT e o inspetor- geral da Administração do Esta- do também assistiram ao acto.