A Organização Não-Governamental Fórum de Mulheres Jornalistas para Igualdade de Género (FMJIG) tem vindo a trabalhar com as comunidades, partindo da cidade às zonas mais recônditas, para ajudar a sensibilizar e a informar as comunidades sobre os mais diversos temas, tal como fez saber a sua coordenadora, Milena da Costa
Apesar de ter um orçamento limitado, o Fórum de Mulheres Jornalistas para Igualdade de Género (FMJIG) conseguiu desenvolver vários projectos de cariz social, em Luanda e no interior do país, promovendo a igualdade do género, o exercício da cidadania e os direitos das mulheres, principalmente. A afirmação é da coordenadora do FMJIG, Milena da Costa, que contou em exclusivo a este jornal os principais projectos que a organização que dirige desenvolveu nos últimos anos e outros que ainda estão em carteira.
Dos principais projectos desenvolvidos pelo FMJIG, a responsável destacou o de suporte à sociedade civil e grupos vulneráveis em matérias de segurança digital. Projecto Vozes para Participação e Inclusão no Processo Eleitotal são duas iniciativas desenvolvidas em época de eleições, que visou sensibilizar a sociedade sobre a importância das eleições gerais e do voto secreto para a construção de uma sociedade democrática, onde to- dos os cidadãos tenham direi- to ao voto.
O FMJIG desenvolveu também o projecto desafiando as igualdades, um projecto que tem como objectivo potenciar as mulheres rurais sobre os seus direitos e deveres, para que elas tenham direitos e oportunidades iguais aos homens. Milena da Costa contou ainda que o foco principal deste projecto é o empoderamento da mulher rural.
Suporte à sociedade civil para o engajamento na Iniciativa para a Transparência na Indústria Extrativa é outro projecto desenvolvido pelo FMJIG, o mesmo visa defender os interesses dos cidadãos e comunidades locais em relação à transparência e responsabilidade social das indústrias extrativas e das entidades de direito para com as comunidades situadas nas zonas de extração de recursos naturais.
Foi ainda desenvolvido o Projecto Amplificar Vozes pelos Direitos Cívicos, que tem como objectivo sensibilizar o cidadão sobre os seus deveres, direitos e igualdade de oportunidades para o desenvolvimento sustentável do país.
Economia informal
O FMJIG já desenvolveu também programas ligados à formalização da economia informal. “Trabalhávamos com mulheres das comunidades rurais e do mercado informal. O FMJIG sempre trabalhou e continua a trabalhar com as comunidades”, disse. A organização tem feito trabalhos de sensibilização nas comunidades recônditas, onde tem passado a informação sobre a lei contra a violência doméstica, dando voz às mulheres destas zonas, que enfrentam inúmeras dificuldades no acesso à educação, à saúde e à água.
Financiamento
No que respeita ao funcionamento dos projectos, a coordenadora fez saber que o FMJIG trabalha com doadores internacionais e parceiros nacionais, entre os quais a Ajuda das Igrejas Norueguesas (NCA, em Inglês) e o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU). “Normalmente, concorremos aos concursos feitos por organizações internacionais não-governamentais e algumas vezes os nossos projectos são aprovados”, disse.
Dificuldades
A responsável apontou as principais dificuldades que a organização tem vindo a enfrentar, que vão desde o acesso às fontes, a falta de transporte para se chegar ao interior do país e a falta de recursos técnicos e humanos suficientes que permitam a implementação dos projectos. “O nosso orçamento é limitado e muitas vezes não chega para suprir as necessidades, sobretudo quando são acções nas demais províncias devido aos custos com as deslocações”, sublinhou. Milena da Costa fez um balanço positivo da organização, alegando que desde que a sua equipa assumiu a organização os trabalhos estão alinhado no sentido de promover a igualdade de género, o exercício da cidadania e os direitos das mulheres, principalmente. Informou que, em 2020, o FMJIG instituiu o prémio “ Fórum de Jornalismo”, que já vai na terceira edicção.
Referiu ainda que a organização vai continuar a trabalhar nesse sentido, para reconhecer o maior número de jornalistas que trabalham a favor das causas de igualdade de género e de desenvolvimento sustentável das comunidades. “Vamos continuar a fazer advocacia para que mais mulheres da classe tenham oportunidade de ascensão nas suas carreiras. Já temos algumas mulheres no topo da carreira, mas gostaríamos de ver mais nos conselhos de administração das empresas”, concluiu.