Além do combate à corrupção e à impunidade, no plano meramente económico, Angola precisa de olhar de frente a outros problemas tão ou mais agudos e que, se calhar, estão na base da corrupção. Um deles poder-se-á chamar “ética de Estado”. O Estado deve impor aos seus servidores uma ética que o defenda, que defenda a sua imagem e que evite, depois, o recurso permanente à lei, que mais não passa de um sinal claro de conflitualidade muitas vezes derivada exactamente da não observância dos princípios éticos mais elementares. Se pretende mesmo resolver os seus problemas, Angola deve investir seriamente na disseminação da educação segundo valores éticos sólidos. Seria o necessário para evitar os problemas que temos de corrupção e outros desvios comportamentais que põem em causa a estabilidade social e a vida. Em suma, o Governo tem a obrigação de investir na humanização da sociedade, aí terá serviços mais eficazes, cidadãos mais cumpridores da lei, paz e maior integração social, por via do respeito ao outro e ao que é de todos.