Entre 1978 e 2000 a Ensa registou um volume de prémios acumulados da ordem de USD 400 milhões no sector do petróleo e do gás natural e, desde 2017, quando a gestão deste tipo de seguros regressou à seguradora pública não foi registado qualquer sinistro relevante
Por: Borges Figueira
A s e g u r a d o r a Ensa registou um volume de prémios acumulados estimados em USD 400 milhões, durante o período compreendido entre 1978 e 2000, na carteira de negócios do ramo petroquímico, revelou neste fim-de-semana, em Luanarquivo/ opa ís da, a sua administradora para a área de resseguros, riscos e peritagem, Helena Chicuba.
A responsável, que falava durante a 60ª edição do ‘Friday Club’, uma iniciativa que tem lugar mensalmente na Câmara de Comércio Angola/Estados Unidos da América, que teve como tema em Fevereiro a evolução do seguro no sector do “Oil & Gás” em Angola, afirmou que actualmente a Ensa é o líder neste tipo de produto desde 2017, e que, até ao momento, ainda não registou qualquer sinistro grave, razão pela qual considera o ano de 2017 como tendo sido bom para a companhia.
Questionado sobre a dívida da companhia às resseguradoras, a responsável da seguradora pública e a maior que opera no mercado nacional respondeu ser muito difícil falar sobre o assunto, adiantando que a Ensa tem contas correntes com as resseguradoras e, à medida que os seguros vão sendo subscritos, o cliente paga e é solicitada a transferência da parte do ressegurador, transferências que são efectuadas quando há condições de cambiais que o permitam. “
Lideramos estes produtos (seguros no sector do Oil & Gas) desde 2017, felizmente ainda não registámos um sinistro grave e acredito que 2017 pode ser considerado como ano bom para o mercado angolano”, referiu Helena Chicuba, lembrando que “a partir de 2001 a gestão deste tipo de seguros saiu da Ensa para as três “AAA”, tendo regressado à Ensa em 2017, razão pela qual não temos informações sobre os sinistros ao longo daquele período”, disse. De acordo com Helena Chicuba, a Ensa, Seguros de Angola, detém 16% da carteira de seguros no sector de “Oil & Gas”, incluindo-se num grupo de 22 operadores de seguros que actuaram no sector em 2017.
O seguro de saúde é o produto que possui mais peso na carteira da seguradora, representando 40% do total. A Ensa sempre operou produtos de seguros no sector do Oil e Gás (‘uptream’ e ‘downstream’) desde a sua fundação. As primeiras apólices garantiam os riscos das operações onshore da Fina Petróleos de Angola, referentes à refinaria de Luanda, bem como aos campos Quenguela Norte (Benfica e Cabo Ledo), assim como os do Soyo. “Essas apólices tinham transitado então para a seguradora Confiança e Mundial aquando da sua liquidação, depois surgiram contratos da Cabgoc relativas aos poços em àguas rasas no Malongo nos anos 78/80 ”, recordou a responsável da seguradora pública.
A carteira do ramo petroquímico foi crescendo com o início da actividade de outros operadores petrolíferos, designadamente a Elf Aquitaine Angola, Texaco e a Agip. A partir de 1989 foi tornada obrigatória a contratação na Ensa do seguro referente às actividades de pesquisa e produção de hidrocarbonetos através do decreto nº 9/89 de 15 de Abril. A Ensa desde então estabeleceu uma relação aberta com os operadores, envolvendo-os nas negociações directas dos termos e condições com os resseguradores nos mercados internacionais. A Ensa Seguros de Angola, conta actualmente com 633 trabalhadores em todo o território nacional e 37 agências.