Há muito que venho trocando impressões várias com o CM. Não importa o tema e lá está o rapaz, por sinal mais novo, a emitir a sua opinião em relação aos vários assuntos que o país vive. Não importa se for no campo político, económico ou social. O rapaz tem sempre uma opinião. Aliás, não seria o contrário, se tivermos em conta que muitos tecem comentários mesmo desinforma- dos, mas o CM é um daqueles angolanos que todas as manhãs ainda quer sentir o perfume dos jornais e degustá-los é condição indispensável para que o dia corra bem.
E ontem o assunto esteve mais para o trabalho do que outra coisa. Trocamos algumas ideias, até que o bom do rapaz no final atirou: estou a recuperar de duas cirurgias que fiz há dias num hospital público e vou recuperando satisfatoriamente’. Passar por uma cirurgia num hospital ainda por cima público deveria ser das coisas mais normais possíveis. Mas ainda não tem sido assim, por isso o ênfase dado pelo meu companheiro estava associado ao facto de ele também ter sido um dos beneficiários da campanha realizada pelo Ministério da Saúde para ajudar a reduzir as listas de espera existentes em muitas unidades públicas.
‘As pessoas falam muito. Muitos não têm noção dos investimentos que estão a ser feitos no sector da saúde. Tive, pela primeira vez, a oportunidade de observar e na condição de um paciente que sofreu duas intervenções cirúrgicas’, desabafou. Depois de ter ouvido o desabafo do amigo, as- sim como de uma outra cidadã que falou à Rádio Nacional de Angola, que padecia de um problema da fístula, obrigando a usar fraldas, incluindo descartáveis depois de quase três décadas, olhei para a dimensão dos resultados que este primeiro exercício do Executivo tenha obtido. Claro que pode ser descrito como uma gota no oceano se se tiver em conta o números de cidadãos que esperam por uma cirurgia nos últimos anos às cataratas, fístula obstétricas, colostomias e ileostomias .
Mas, ainda assim, os resultados alcançados devem ser reconhecidos, assim como os médicos e outros técnicos que estiveram envolvidos nesta operação que passou por Luanda e a província do Bié. A campanha massiva, que teve início dia 7 de Fevereiro, decorreu nos hospitais Américo Boavida, Materno Infantil Dr.Azancot de Menezes, Josina Machel, Complexo Hospitalar Dom Alexandre do Nascimento, Pediátrico David Bernardino, Ins- tituto Oftalmológico Nacional de Angola, Hospital Geral de Luanda e Dr. Walter Strangway na província do Bié Foram no total mais de 4 mil cidadãos que se viram livres do mal que os apoquentava. O número deverá aumentar se se tiver em conta que para os próximos dias o Ministério da Saúde, médicos e demais técnicos farão o mesmo em Cabinda.