A entidade responsável pela gestão de activos, Recredit, recuperou, até Dezembro de 2022, um total de 46,5 mil milhões de kwanzas do total de mal parado do Banco de Poupança e Crédito (BPC), de acordo com os dados do Balanço da Recuperação a que OPAÍS teve acesso.
A entidade recuperou pouco mais de 19,8 mil milhões de kwanzas de Março a Dezembro de 2022, ainda assim, valores que ficaram aquém do objectivo que era chegar aos 26,3 mil milhões de kwanzas em recuperações naquele ano, e inferiores aos 21,8 mil milhões de kwanzas recuperados de Março a Dezembro de 2021. A RECREDIT assinou, até ao fim de 2022, acordos para a recuperação de 26,8% do total de mal parado do BPC.
A empreitada rumo à recuperação dos activos se mostra numa tarefa difícil, na qual não se pode prever sucesso ou fracasso. Quando começou, em 2020, a Recredit recuperou 4 mil milhões de kwanzas, longe dos 12 mil milhões previstos. Um ano depois, os resultados foram ainda mais interessantes, chegou aos 21 mil milhões recuperados, ultrapassando com alguma folga a expectativa dos 19 mil milhões de kwanzas previamente estabelecidos como objectivo para aquele ano.
Em 2022, os montantes recuperados recuaram cerca de 2 mil milhões de kwanzas e se posicionaram mais de 6,5 mil milhões abaixo do previamente estabelecido como objectivo para o ano que recentemente terminou. A leitura dos dados permite perceber que maior parte do bolo de pouco mais de 1,24 mil milhões de kwanzas ainda está por recuperar que, de acordo com o documento, 51,19% dos processos estão em contencioso, que na verdade é o mesmo que dizer que 56,7%, já que estes se adiciona os mais de 5% em Write off, e outros mais de 16% estão em negociação, portanto, sem fu- mo branco por agora.
Quanto ao contencioso, o documento indica que o Recredit privilegia a recuperação pela via ex- trajudicial. Contudo, na impossibilidade de concretização de um acordo viável para a amortização das dívidas, os processos transitam para contencioso, não estando descartada a possibilidade de estrategicamente se vir a resgatar processos.
POR: Ladislau Francisco