“Temos registos de mães que perderam as filhas menores, por conta da agressão sexual”, afirmou a secretária-geral da Organização da Mulher Angolana (OMA), Joana Tomás, numa marcha, no Sábado, que levou milhares de mulheres às ruas de Luanda para dizer “basta” a actos do género. A dirigente partidária garantiu que, por agora, estão a ouvir os parceiros sociais e de seguida vão propor a revisão da Lei Contra a Violência Doméstica ao Governo e à Assembleia Nacional.
As militantes da OMA e os membros de diferentes congregações religiosas que se juntaram ao acto e pediram a protecção para as crianças, assim como o reforço das competências familiares. De acordo Joana To- más, a solicitação deve-se ao fac- to de os números serem preocupantes e há, inclusive, casos de crianças com apenas meses de vida que têm sido vítima de violação sexual. Manifestou que outra situação que tem preocupado é o silêncio das famílias. Salientou que há mulheres que têm filhos não apenas do sexo feminino, mas também masculino e que foram vítimas de violência doméstica e abuso sexual.
“São considera- dos crimes públicos que qualquer membro da sociedade pode denunciar. As autoridades tradicionais de uma determinada comunidade também são chamada a fazer a queixa”, relatou. Nesta senda, Joana Tomás apela o reforço das competências familiares para que o lar não se transforme em um lo- cal perigoso para as crianças. “Vamos proteger as nossas crianças, porque elas são o futuro da Nação. As mães que tiveram a bênção de colocar um filho no mundo, por favor, vamos protege-las. Em qualquer caso suspeito, denunciem. A ligação é gratuita: 15015. E anónima”.