A abertura da 7.ª edição do festival que visa enaltecer as mulheres fazedoras de teatro (produtoras, realizadoras e actrizes), denominado “Festeatro Mulher” é realizado hoje, às 19 horas, na página oficial do Facebook da organização, sob o lema “Enaltecer o Teatro, Valorizando a Mulher”
As exibições dos espectáculos arranca amanhã, 3, até ao dia 6, com uma apresentação diária no mesmo horário, preenchida com peças dirigidas por mulheres, tendo o Elinga Teatro como palco de todas as atracções, como forma de homenageá-las.
A começar, é apresentada a peça “Os Invisíveis” da Companhia da Artes Sol sob direcção de Solange Feijó.
Já no dia seguinte a peça “O Engano” (permitida a apenas maiores de 18 anos) é exibida pelo grupo Fénix, dirigida pela directora Sacrys Cabral.
Consta ainda no programa a peça “O Resultado” do grupo Amor à Arte dirigida pela mentora do evento, Marisa Júlio.
A última apresentação neste evento dedicado à mulher, com a peça “Apateia”, vai estar ao cargo do Colectivo de Artes Esteia, dirigida por Marciana Sequeira.
Segundo a organizadora do evento, Marisa Júlio, o festival visa enaltecer as mulheres que têm trabalhado, arduamente, em prol do crescimento e desenvolvimento do teatro, quer seja como actriz, produtora ou como realizadora, desde que os seus efeitos contribuam para o engrandecimento do teatro nacional.
”Todas as peças a serem exibidas foram idealizadas e realizadas por mulheres, o que constitui a novidade desta edição, uma vez que nas edições anteriores algumas foram dirigidas por homens”, explicou.
Questionada sobre a razão deste “diferencial”, a realizadora explicou que, desta vez, se pretende dar destaque aos feitos da mulher em todos os sectores da arte cénica, de forma “exclusiva e empoderada”.
Não diferente das edições anteriores, nesta serão, igualmente, homenageadas e distinguidas seis actrizes que mais se destacaram, em 2022, pelos feitos em prol da arte cénica, no mercado nacional, o que é realizado no encerramento do evento, 8.
Trata-se de Neide Van-Dúnem, Rosa de Sousa, Nora de Carvalho, Filomena Manuel, Maribety Pucuta e Geny Ndimute.
As três primeiras são provenientes da capital do país, Luanda, sendo que as outras das províncias de Cabinda e do Cunene.
Em relação ao critério de selecção das homenageadas, Marisa Júlio adianta que havia requisitos para se apurar os feitos com base num inquérito realizado pela organização do evento.
Mas adianta que não foi fácil, dadas as limitações e dificuldades que muitas mulheres enfrentam.
Um trabalho que exige pesquisa, acompanhamento e avaliação das mulheres que têm trabalho em prol da arte cénica em todo o país.
Quanto à realização das várias edições do festival em Luanda explicou que, face às carências e dificuldades que as outras províncias apresentam, acabam por realizar sempre na capital do país.
Também, pelo facto de ter maioritariamente representantes da província de Luanda, por serem aquelas, cujos trabalhos são mais visíveis.
“Há muita gente a trabalhar arduamente, mas os feitos não são vistos por falta de oportunidade e de apoio.
E outras por causa do preconceito de género associado àsquestões culturais que ainda é visível na nossa sociedade, sobretudo em algumas províncias, como a de Cabinda”, observou.