O velho de 87 anos de idade que responde por Bernardo Muquixi foi o primeiro coordenador do bairro Jacaré. Tudo o que ele queria durante os seus cerca de 20 anos de exercício do cargo era ver os habitantes deixarem de andar grandes distâncias para terem água e luz. “Porque naquele tempo, nós tínhamos de ir buscar água potável no Benfica e salobra no Tanque Serra, mesmo as pessoas que tinham tanque de água aqui, tinham de pagar muito para ter o líquido precioso em casa”, lembrou, tendo adiantado que os custos para a aquisição do líquido vital continuam altos, por que muitos estão a destruir ou adaptar os tanques para compartimentos de reserva de bens.
O ancião, que recordou ainda ter mantido contactos com o então administrador da Samba, Costa Gabriel, e o da comuna do Benfica, Raúl, informou que foi por via dessas entidades governamentais que o bairro, em 2005, ganhou um fontanário accionado por um gerador de energia. “Mas esse fontanário só funcionou durante um ano e avariou o gerador, logo a seguir a mecânica da fonte de água, até hoje estamos assim”, lamentou o coordenador Muquixi, lembrando que, em Dezembro do ano passado uma empresa apareceu para devolver o referido bem para a comunidade do Jacaré, mas tudo o que conseguiu foi pintar a estrutura a azul.
No que toca à energia eléctrica, fala- se da entrada em cena de proprietários de postes de transformação (PT´s) que cobram por entrada, aos beneficiários, um valor de 150 mil Kwanzas. Vale lembrar que os condutores de camiões-cisterna comercializam a água a mil e 500 Kwanzas por mil litros de água, sendo que para encher um tanque de 20.000 litros se gasta 30. 000 AKZ.