O Comandante-Geral da Polícia Nacional, Arnaldo Carlos, anunciou ontem, em Luanda, que há uma equipa de peritos da corporação a trabalhar no aprimoramento dos documentos legais necessários para a implantação de um estatuto remuneratório mais adequado ao exercício da função policial
O comissário-geral fez esse anúncio ao discursar diante da tropa, reunida em parada, no Instituto Superior de Ciências Policiais Osvaldo Serra Van-Dúnem, numa cerimónia que visou assinalar o 47º aniversário deste órgão castrense. Durante o acto, que marcou o início do processo de patenteamento de mais de 5 mil efectivos que foram promovidos, o oficial comissário não especificou o tempo que levarão para concluir o aprimoramento dos documentos legais que vão possibilitar o reajuste salarial dos efectivos.
Para esclarecer a relevância que a valorização dos recursos humanos tem para a sua equipa, Arnaldo Carlos afirmou que estão a implementar medidas estratégicas vocacionadas à consolidação e ao desenvolvimento do pessoal e quadro, dando primazia aos concursos e cursos para a progressão na carreira profissional. Razão pela qual se está a apostar na constituição de um sistema de ensino policial que tem contribuído na formação e profissionalização dos efectivos. Este sistema, explicou, integra a escola prática de polícia, que é constituída por vários centros de formação policial, e uma academia de polícia que tem por missão a formação de efectivos de nível médio. Na lista de instituições de ensino policial, consta também o Instituto Superior de Ciências Policiais, local onde decorreu a actividade.
O comandante-geral sublinhou que, apesar das dificuldades financeiras que inviabilizaram a concretização dos projectos de construção de infra-estruturais policiais e a aquisição de equipamentos de segurança, previsto no âmbito do processo de modernização em curso, “são notórios os progressos alcançados neste domínio”. Como prova disso, afirmou que em muitas províncias foi possível alterar o estado crítico das infra- estruturas que as caracterizavam no período anterior a 2010.
No seu ponto de vista, tais resultados têm influenciado positivamente a actividade desenvolvi- da pelos seus efectivos e invertido o ritmo de crescimento de crimes e da violência, embora seja notória a persistência dos factores que desencadeiam a criminalidade. “Para garantir a permanente optimização da resposta ope- rativa, está em curso o processo de rejuvenescimento das unidades especializadas em reacções e patrulhamento, doptando-as de meios e equipamentos adequados para fazer face aos actuais desafios de segurança pública”, garantiu.
Analisando os desafios actuais da corporação, Arnaldo Carlos defendeu que há necessidade de se redobrar a atenção para aquilo que ainda tem de ser feito, no sentido de se reduzir, cada vez mais, os crimes violentos como homicídios, violações, roubos em residências e na via pública. Salientou que tais crimes ocorrem com maior incidência nos bairros periféricos das principais cidades. Maior fiscalização nos locais com maior índice de acidentes Quanto à sinistralidade rodoviária, orientou os efectivos a continuarem a direcionar as suas acções na sensibilização e repressão de condutas que originam actos do género, tendo em conta que ceifam milhares de vidas humanas.
Tal deverá ser feito, de acordo com o comandante-geral, mediante a realização de operações nos itinerários onde se registam mais ocorrências de acidentes. “Deve-se exigir aos condutores de viaturas e de motociclo os equipamentos que reduzam a ex- posição dos utentes da via ao perigo, de modo a contribuir para a redução de acidentes”, ordenou. Fazendo uma incursão sobre o desenvolvimento da corporação nos últimos 20 anos, Arnaldo Carlos afirmou que a Polícia Nacional marcou passos significativos voltados à sua modernização e crescimento, bem como com vista a sua afirmação como uma organização apartidária, com autonomia administrativa e financeira.“Hoje podemos afirmar com orgulho que a Polícia Nacional ao longo da sua existência tem sabido acompanhar e adaptar-se a todos os fenómenos sociais que configuram a história de Angola”, explicou..