A vida e obra do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, vai ser “imortalizada” na Zâmbia, a partir de hoje, através de um busto, em sua homenagem no Museu Nacional de Lusaka, a ser descerrado pelo ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau
O acto será testemunhado pela viúva Maria Eugénia Neto que integra a delegação angolana que se vai deslocar ao museu supracitado, acompanhada pelo ministro do Turismo deste país, Rodney Sikumba.
Durante a cerimónia vai ser feita a colocação de grinaldas acompanhada de música solene e a leitura da biografia de Agostinho Neto, procedido por um académico zambiano convidado para o feito.
Filipe Zau encontra-se desde Domingo neste país, para a devida actividade.
Em Lusaka, os ilustres convidados foram recebidos no Aeroporto Internacional “Kenneth Kaunda”, por Azevedo Xavier Francisco, embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola na República da Zâmbia, além de altos funcionários desta missão diplomática acreditada nesse país vizinho.
Segundo uma nota de imprensa, a que OPAÍS teve acesso, estarão ainda presentes chefes de missões diplomáticas acreditados na Zâmbia, com particular destaque para os embaixadores que fazem parte dos chamados países da linha da frente.
Tratase do Zimbabwe, Moçambique, Tanzânia, além de representantes de outros países que sempre estiveram ligados a vida política e obra de Agostinho Neto.
Perfil
António Agostinho Neto (Icolo e Bengo, 17 de Setembro de 1922 — Moscovo, 10 de Setembro de 1979) foi um médico, escritor e político angolano, principal figura do país no século XX.
Foi Presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola e em 1975 tornou-se o primeiro Presidente de Angola até 1979.
Fez parte da geração de estudantes africanos que viria a desempenhar um papel decisivo na independência dos seus países naquela que ficou designada como a Guerra Colonial Portuguesa.
Foi preso pela Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), a polícia política do regime Salazarista então vigente em Portugal, e deportado para o Tarrafal, uma prisão política em Cabo Verde, sendo-lhe depois fixada residência em Portugal, de onde fugiu para o exílio.
Aí assumiu a direcção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), do qual já era presidente honorário desde 1960.
Em paralelo, desenvolveu uma notável actividade literária, escrevendo nomeadamente poemas: “Náusea”, “Quatro poemas de Agostinho Neto”, “Com os olhos secos”, “Sagrada esperança”, “A renúncia impossível”.
Dentre as distinções atribuídas, foi galardoado com o prêmio Lotus, atribuído pela 4ª Conferência dos Escritores Afro-Asiáticos, em 1970.
Recebeu Doutoramento Honoris Causa póstumo pela Universidade Agostinho Neto em 26 de Setembro de 2018.