Tirando partido da empresa de construção civil privada, Hipermáquinas, que interveio na construção de algumas infra-estruturas, nessa comuna do município do Longonjo, província do Huambo, a juventude dessa localidade incita as outras firmas a fazerem algo pelos habitantes
Por saberem que qualquer empresa que opera numa zona tenha obrigação de investir em equipamentos sociais ou serviços de alta necessidade, alguns jovens que se dedicam a actividade de moto-táxi encorajam empresas da localidade a garantirem certos serviços em falta na comuna.
“Aqui no Lepi, a empresa que já mostrou que já fez alguma coisa na comuna é a Hipermáquina, que construiu algumas salas de aula, para garantir a continuidade dos estudos das crianças que terminam a 6ª classe, frequentando o secundário do primeiro Ciclo”, disse Magalhães, referindo-se de classes que vão da 7ª à 9ª.
Embora não seja a única da localidade, Magalhães assegurou que, com esse cumprimento da responsabilidade social da referida construtora sedeada em Luanda, mais crianças da pacata vila do Lepi podem ter uma vaga na escola, ao contrário do que se passava antes desse investimento, em que muitos petizes acabavam por ficar fora do sistema de ensino.
Magalhães acha que as outras empresas que exploram a comuna deviam apoiar iniciativas recreativas, como são os casos do desporto e da música. Para Tony, a abertura de vagas de empregos devia ser uma prerrogativa para os habitantes do Lepi. A ele inquieta o facto de saber que as companhias que vêm instalar- se no Lepi surjam com jovens de outras paragens para trabalhar aí, acabando por deixar dois ou menos postos de trabalho para os residentes.
Considerando que essas vagas se tornam indiferentes, quando também vêm ocupadas por nativos da comuna que já não residem aí, Tony pede às autoridades locais que sejam mais justos nesse sentido. O conhecido músico do Lepi, que se intitula como criador do grupo “Young Boy”, quer que os líderes das empresas que exploram inerte e outros recursos da zona apoiem as iniciativas culturais.
Y.B, como é tratado, na sua comunidade e arredores, por causa das iniciais do seu conjunto sonha em ver organizados eventos de música e dança, na sede da co- muna, de modo que, posteriormente, a vila dê talentos ao musicólogo nacional. No campo desportivo, alguns moto-taxistas, que são, ao mesmo tempo, jogadores da equipa de futebol querem ver as empresas a ajudarem-nos com trans- porte e equipamentos e outros meios, como bolas e cones, bem como a terraplanagem de outras quadras de jogo.
Enxada, fertilizantes e tractor aos camponeses Luciano NDandula Gomes está preocupado com a falta de instrumentos de trabalho da classe camponesa local, da qual disse fazerem parte, tendo direcionado o seu clamor para as empresas, no sentido de apoiarem com esses meios. “Costumámos a ver muitas empresas a virem aqui explorar qualquer recurso natural ou desenvolverem alguns trabalhos, umas temporariamente e poucas a instalarem-se por mais tempo, mas que não cumprem com nenhuma obrigação em benefício da vila”, reclamou Luciano NDandula, para quem a observância desse dever podia ir mudando a vida dos camponeses.
A construção de um mercado comunal, onde os agricultores do Lepi, possam vender o excedente da sua colheita, é outra preocupação do habitante, que alega haver alguma dificuldade nesse capítulo. “E essa construção de um mercado não tem muitos custos para uma empresa, se compararmos com os rendimentos que eles tiram dessa região”, avaliou o habitante.