As sanções europeias contra as mídias russas violam não apenas direitos dos veículos, mas também os direitos dos cidadãos europeus aos quais é negado o acesso a pontos de vista alternativos, afirmou a missão permanente da Rússia na União Europeia (UE), após a adopção do 10º pacote de sanções anti-russas.
“Obviamente, Bruxelas viola os direitos não apenas dos representantes da mídia russa, mas também dos seus próprios cidadãos.
Parecem ter decidido isolar completamente os europeus de um ponto de vista alternativo”, observou a missão diplomática russa.
Para a diplomacia russa, “nesse ritmo, amanhã podemos esperar que o leigo europeu seja separado de qualquer outra fonte de informação que se recuse a disseminar ideias sobre pseudo-realidade”.
Além disso, em seu comentário, a missão afirma que as restrições às actividades de mídias russas são uma violação do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP), que estipula que “todo mundo tem direito à liberdade de expressão”.
“Isso inclui liberdade de buscar, receber e disseminar todos os tipos de informações e ideias, independentemente das fronteiras do Estado”, explicou a missão diplomática russa.
A missão permanente também apontou que a suspensão da radiodifusão no território dos países membros é contrária à Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.
Ao anunciar o seu 10º pacote de sanções contra a Rússia, a UE colocou a agência Rossiya Segodnya, de comunicação da qual a Sputnik faz parte, e outras empresas russas dentro da lista de empresas sancionadas.
As novas restrições económicas, publicadas nesse Sábado (25), atingem mais de 120 indivíduos e organizações.
Além da Rossiya Segodnya, o Fundo Nacional de Riqueza da Rússia e diversas empresas ligadas à Rosatom, estatal nuclear russa, foram afectadas pela medida.
Os bancos russos Alfa-Bank, Rosbank e Tinkoff Bank também foram incluídos no 10º pacote de sanções da UE contra a Rússia.
O documento diz que esses bancos estão envolvidos em sectores da economia que supostamente “fornecem uma fonte significativa de receita para o governo da Federação da Rússia”.
Os países da União Europeia (UE) chegaram a um acordo para o novo pacote de sanções contra a Rússia, na Sexta-feira (24), após três dias de negociações.