O grupo carnavalesco Bloco Amarelo é o grande vencedor da edição do carnaval 2023, cujo palco foi o recinto do Estádio Nacional de Benguela.
O presidente da mesa de júri, Baltazar Roque, dissipou as expectativas dos representantes dos 18 grupos, que se juntaram no auditório da Emissora Provincial, para o anúncio dos resultados, um dia depois do desfile
As alegorias, danças e a performance na pista do Bloco Amarelo convenceram a mesa de jurado que não teve alternativa senão atribuir 1526 pontos, sagrando-lhe, deste modo, vencedor da edição do carnaval, depois de já o ter sido em 2019.
No desfile de 2023, o grupo homenageou o saudoso Mário Kajibanga, antigo director da cultura, imbuído no tema “o movimento sem esforço não vale nada”.
Com “homenagem ao desporto”, o grupo Unidos do Lobito assumiu a segunda posição, tendo obtido 1.357 pontos.
Já o União da Catumbela, com um tema relativo à “Luta contra a delinquência”, contentou-se com a terceira posição, conquistando 1.312 pontos.
Em relação aos prémios, o primeiro classificado, na classe de adultos, no caso o Bloco Amarelo, vai encaixar um milhão e 300 mil kwanzas, o segundo fica com um milhão e 50 mil.
A representante do Bloco Amarelo, Deolinda Trindade, embora tivesse manifestado satisfação pelo grupo ter arrebatado o título, critica o atraso registado na disponibilização das verbas a poucas semanas para o desfile por parte do Gabinete da Cultura e considera irrisória.
Para a presente edição, como principal impulsionadora do grupo, viu-se obrigada a contrair dívidas a terceiros, além de ter recorrido a outros pedidos, na perspectiva de garantir presença no entrudo.
A dançarina diz ter enfrentado muitas dificuldades na criação de condições para um grupo de cerca de 200 elementos.
E os prémios, estes, para ela, não compensam.
“Não foi fácil o Bloco Amarelo organizar, trabalhar na indumentária, na música, em tudo que acarreta o carnaval para dois grupos: o grupo adulto, que é o grupo amarelo, e o infantil, que são os Kandengues dos Malambas. Não foi fácil, mas mesmo assim nós agradecemos a Deus, porque os Malambas saíram em segundo lugar”, disse.
Este jornal tentou, sem sucesso, contactar a directora do Gabinete Provincial da Cultura, Rosa Tchitali, para explicar as razões do atraso verificado na disponibilização das verbas, na base da reclamação de grupos, ciente de que a mesma realidade foi vivida um pouco pelo país.
Na classe infantil, os Unidos do Lobito sagraram-se vencedores com 1241 votos, ao que seguiram os Kandengues dos Malambas com 1158, ao passo que Vimar e Filhos, da Baía-Farta, contentouse com a segunda posição.
Nessa categoria, o primeiro leva 900 mil kwanzas e o contentou-se com 750 mil kwanzas.