Declarou ter emprestado o carro que conduzia ao amigo, então secretário da CASA-CE na província da Lunda-Sul, em 2012, sob pretexto de este realizar actividades políticas a favor da referida coligação, porém o beneficiário teve um acidente com o meio, que até esta data não foi nem reparado nem reposto, conforme a decisão do tribunal local
Por: Alberto Bambi
Tolistoy Wilson Macongo acusa o ex-primeiro secretário da Convergência Ampla de Salvação de Angola- Coligação Eleitoral na província Lunda-Sul, Jordão Manguenda Baptista, e a sua força política, de não estarem a cumprir a decisão do tribunal local que, em julgamento do caso que os envolveu, ditou a sentença à favor do reclamante, segundo a qual se devia repor uma outra, do mesmo modelo, em lugar da a viatura de marca Toyota-Prado – TX, matrícula LD – 44 – 09 – ED, .
“Apesar de o processo ter demorado muito tempo na Direcção Provincial de Investigação Criminal (DIPIC), transitou para o tribunal, que precisou de um período considerável para levar a cabo o julgamento, dirigido pela juíza Maura Odete, antes de 2016, e esta deu veredicto final, responsabilizando o senhor Jordão Baptista e a sua coligação a fazerem a reposição do Prado”, contou Tolstoy Macongo, tendo revelado que o automóvel em causa pertencia à sua irmã mais velha.
Sempre que interrogava sobre a morosidade do processo, Toy, como é tratado entre os familiares, amigos e conhecidos, encontrava a causa da demora no facto de o senhor Jordão Manguenda estar ligado ao sector judicial da província. “Não havia outra justificação, uma vez que o senhor Jordão acidentou com o carro em 2012 e o julgamento só ocorreu perto de 2016, isso com a agravante de o processo ter demorado muito tempo na DIPIC”, reforçou o queixoso, lembrando que, nessa fase, tudo lhe indicava que os órgãos de justiça estavam favoráveis ao colega de ofício.
Por esse motivo, começou a pensar em chegar à Luanda com o propósito de tornar pública a situação por via da imprensa da Capital, ao mesmo tempo que accionasse a Justiça Central. Lembrou que durante o julgamento ocorrido no tribunal de Saurimo (Lunda-Sul), além dele, estavam do outro lado o amigo Jordão e o deputado Lindo Bernardo Tito, o qual alegou ter vindo nas vestes de representante do da CASA-CE e advogado de defesa do queixado.
“O facto que me pareceu muito estranho é que, na altura do julgamento, a nossa Toyota-Prado já se encontrava sob a custódia da coligação, pois, segundo informações obtidas por mim de fontes segura da organização política de Abel Chivukuvuku, tinha sido rebocada de Saurimo para Luanda” assegurou o entrevistado. Ainda assim, de acordo com Tolistoy Macongo, o representante da CASA-CE mandatado para defender a causa do seu correligionário alegou que só podia dar outra viatura ao proprietário caso este autorizasse a venda do veículo danificado.
“Mas eu acho que isso não é necessário”, desabafou o interlocutor de OPAÍS, que se encontra em Luanda para exigir à coligação o cumprimento da decisão do tribunal. Tolistoy Macongo confessou que os danos graves causados na viatura afectaram as suas relações no seio familiar, ao ponto de a irmã mais velha, Amélia Cristina, proprietária da Toyota – Prado – TX ter limitado as relações consigo.
Deputado admite
Apesar de ter informado a OPAÍS que se encontrava fora do Angola, o deputado da Assembleia Nacional pela bancada parlamentar da CASA-CE reconheceu ter conhecimento do caso, tendo confirmado que já merecera tratamento das autoridades. Quanto ao veredicto, Lindo Bernardo Tito não avançou pormenor algum. Prometeu única e simplesmente voltar a falar sobre o assunto quando estiver de regresso ao país.