Fundado em Outubro de 2021, o Grupo Desportivo Hadja Models (GDH) foi criado por Hadjalmar El Vaim com o objectivo de aumentar o número de equipas seniores masculinas e femininas de andebol, assim como tirar os jovens dos maus caminhos.
O clube, que depende totalmente do seu mentor, gasta anualmente mais de 80 milhões de kwanzas. Por esta razão, está aberto para receber um “sponsor”
O mentor e presidente do Grupo Desportivo Hadja Models, Hadjalmar El Vaim, contou ao jornal O PAÍS que antes de fazer moda já praticava andebol.
Mas teve de parar, priorizando, assim, a formação superior na Inglaterra, por via de uma bolsa de estudo.
Sendo que o objectivo era fazer mais no desporto das sete linhas, face aos vários problemas no andebol, Hadjalmar El Vaim, de 38 anos, decidiu criar, inicialmente, uma equipa sénior masculina para aumentar a competitividade e o número de equipas.
O presidente do GDH explicou que o objectivo do projecto é, também, dar oportunidade aos jovens talentosos com idade sénior, mas que os seus clubes não têm o escalão máximo.
Ou seja, Hadjalmar El Vaim percebeu que muitos jogadores quando chegavam a sénior acabavam por ficar em casa, por falta de clubes para continuarem a fazer o que mais gostam.
“O projecto já está a dar fruto, porque em aproximadamente um ano de existência conseguimos colocar um atleta na préSelecção Nacional júnior que está a preparar o Mundial da Alemanha, a disputar-se em Junho deste ano”, mostrou-se feliz.
Apesar de o projecto começar a dar os primeiros frutos, Hadjalmar El Vaim recordou as dificuldades que teve para o processo de legalização do clube que está a tirar jovens do mundo da criminalidade.
“O processo de legalização foi árduo, graças a Deus está concluído e as dificuldades não foram só na fase embrionária, porque ainda vivemos até agora. Não temos parceiros e apoios financeiros”, sublinhou.
Falta apoio
O também jogador da equipa sénior masculina de andebol do Petro de Luanda revelou que uma única pessoa não consegue dar conta de tudo.
“Tenho de pagar a equipa técnica, jogadores e comprar material desportivo. Por isso, tenho estado em busca de parceria para que o projecto possa durar”, disse.
Hadjalmar El Vaim é de opinião que a aquisição de bolas, cones e demais matérias desportivos tem custos altíssimos.
“Só para ter ideia uma bola de andebol pode custar 20 a 25 mil kwanzas.
Precisamos de mais bolas e equipamentos para utilizarmos na sessão de treinos, bem como para utilizar nas competições em que estamos engajados, isto é, no Campeonato Provincial de Luanda e no futuro no Nacional”, solicitou.
O nosso entrevistado avançou ainda que a sua direcção é obrigada a pagar a dupla de arbitragem quando o clube joga na condição de visitado, o que é muito pesado financeiramente para uma só pessoa.
“No nosso primeiro ano de existência, ou seja, na temporada passada gastamos aproximadamente oito milhões de kwanzas.
Acredito que a competir a federado o valor poderá ser mais, porque a equipa sénior treina no Campo da Escola 1º de Maio, recinto que pagamos uma verba para assegurar a manutenção do espaço e a iluminação”, explicou.
Hadja Model, como também é conhecido no mundo da moda, realçou que tem recebido apoio moral e orientação por parte da Associação Provincial de Andebol de Luanda (APAL), tendo acrescentado que não é um favor da associação.
“Quando conseguirmos pat ro ci n adore s fortes, vamos procurar materializar o sonho do campo próprio.
Aliás, a equipa masculina treina diariamente, a partir das 18 horas, no Campo de um colégio, recinto cedido de forma gratuita para realizarmos os trabalhos”, disse.
O preparador físico, Chiquinho Boa, por sua vez, assumiu que o GDH enfrenta enormes dificuldades diariamente.
Diz que precisam de “um campo em condições para a prática da modalidade, material para o trabalho, bem como apoios”.
Ainda assim, o preparador físico revelou que o presidente Hadja tem estado a fazer o esforço para que o apoio não falte, mas não tem sido suficiente.
“Precisamos de mais apoios para que possamos estar firmes rumo ao desenvolvimento da modalidade”, realçou.
Quanto à participação da equipa no Torneio Paulo Bunze, Chiquinho Boa considerou positiva, porque permitiu medir a capacidade competitiva dos jogadores e definir o caminho a seguir.
Aposta na formação
O presidente do Grupo Desportivo Hadja, Hadjalmar El Vaim, explicou que tem recebido a pressão e incentivo da Associação Provincial de Luanda, assim como da Federação Angolana da modalidade para apostar no escalão de formação.
Para Hadjalmar El Vaim, apostar no escalão de formação vai contra os princípios do projecto.
“O objectivo do GDH é acolher atletas que venham de equipas que têm escalão de formação, mas que não têm a categoria sénior.
Ou seja, o projecto foi criado para dar resposta à falta de equipas seniores”, esclareceu. Ainda assim, Hadjalmar El Vaim assegurou que a direcção do clube vai estudar a possibilidade de apostar no escalão de formação.