O decano dos jornalistas angolanos, Siona Casimiro, titular da carteira profissional número 1, faleceu, esta Quinta-feira, em França, vítima de doença.
À data da sua morte, estava vinculado ao jornal “O Apostolado”, à Rádio Ecclesia, onde assinava uma crónica semanal, denominada “Visão Jornalística”. Porém, no seu vasto percurso profissional destaca-se a função de director de informação da Angop.
Empresa em que foi admitido a 25 de Julho de 1975, onde chegou a chefiar o Departamento da Redacção Exterior da referida agência, no período de 1987 a 1989, tendo sido autor das análises semanais sobre vários assuntos da vida nacional, com o título ‘Scoop da Semana’.
Siona Bole Casimiro Wa Tulanta foi director-geral adjunto para a área de informação da agência estatal, entre 1989 e 1991.
Trabalhou para vários órgãos estrangeiros, com destaque para as agências de notícias France Press, da França, e Associated Press (AP), dos EUA, sendo que, nessa última, era considerado um dos seus melhores correspondentes locais, em África, segundo a Angop.
Siona Casimiro nasceu a 12 de Maio de 1944, em Matadi (Baixo Congo), actual República Democrática do Congo. É filho de pais angolanos, oriundos do município do Cuimba, província do Zaire, que tinham emigrado para aquela região.
Iniciou a prática do Jornalismo em 1968, em Kinshasa, tendo feito formação nessa área na agência britânica Reuters e num centro especializado de Paris, França.
O malogrado foi um dos vencedores da primeira edição do Prémio Fórum de Jornalismo 2020, atribuído pelo Fórum das Mulheres Jornalistas para Igualdade do Género (FMJIG), criado para galardoar profissionais na área da Comunicação Social, que tratam de matérias sobre os assuntos ligados à mulher, sua inclusão social, inserção na sociedade, igualdade do género, entre outras valorizações da classe feminina.
É autor dos livros ‘Maquis e arredores – memórias do jornalismo que acompanhou a luta de libertação nacional’ e ‘Padres, Madres e a devida vénia’, um roteiro para correspondentes da Rádio Ecclesia e jornalistas de assuntos religiosos.
Foi membro fundador do Sindicato dos Jornalistas Angolanos e detentor da Carteira Profissional número um (1), emitida pela Comissão da Carteira e Ética de Angola (CCE).