O director do hospital municipal do Balombo, Adilson Mendes, revelou, recentemente, à imprensa, à margem da visita do governador de Benguela, que a falta de um bloco operatório na sua unidade sanitária tem resultado em custos elevados com a transportação de pacientes para Bocoio e Lobito, e os 10 milhões de kwanzas recebidos mensalmente ficam muito aquém das despesas, uma vez que, em média mensal, se veêm obrigados a gastar 4 mil litros de diesel, ao que se junta a nas viaturas
O director do hospital diz haver vontade de quem de direito na resolução do problema e adianta que a falta dessas condições tem vindo a criar enormes constrangimentos à instituição que dirige, com uma média diária de pacientes de 35 a 40, sendo que três a quatro destes têm necessitado de intervenção cirúrgica.
O responsável não fala de fatalidade decorrente dessa falta de um bloco operatório para realizar cirurgia localmente, mas este jornal sabe que, em muitos casos, houve quem tivesse perdido o seu entequerido ao longo de um percurso de 150 quilómetros, do Balombo ao Lobito.
“Já há garantia de que, dentro em breve, a gente terá um bloco operatório para o nosso município que vai ajudar a minimizar os custos que a gente tem tido com o transporte, e estamos a guardar”, disse, tendo assinalado que a unidade sanitária beneficiou, recentemente, de obras de requalificação em áreas como o banco de urgência, estomatologia, centro de nutrição e a morgue.
A falta de um bloco operatório na unidade sanitária tem resultado em custos elevados para o hospital no que à transportação de pacientes do Balombo para Bocoio e Lobito diz respeito, sendo que os 10 milhões de kwanzas recebidos mensalmente ficam muito aquém do necessário, uma vez que, em média mensal, se veêm obrigados a gastar 4 mil litros de diesel, ao que se junta a manutenção nas viaturas.
Segundo Adilson Mendes, de entre as principais patologias registadas, o destaque recai para a malária, sem se ter esquecido de casos de hipertensão arterial e as doenças de foro respiratório. “As situações climáticas e de estresse têm contribuído de uma maneira muito significativa para a aparição destas doenças. Depois também estamos aqui a falar da- quilo que é o estilo de vida das pessoas, nós temos aquela cultura de somente procurar o hospital quando nos sentimos mal”, lamentou o responsável.
O director-geral do maior centro sanitário do Balombo refere que, em determinadas circunstâncias, pacientes há que dão entrada no hospital em estado terminal, por conta de os seus familiares os sujeitarem antes a tratamentos não convencionais. Todavia, assegura haver um árduo trabalho de sensibilização às comunidades para que deixem práticas desta natureza. O PAÍS apurou que o hospital municipal do Balombo, que conta com 120 camas, está à espera da disponibilidade financeira no âmbito do Orçamento Geral do Estado, facto que está a criar alguns constrangimentos na gestão.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela