A morte do ex-polícia Óscar Pérez ameaça as negociações entre o governo venezuelano e a oposição, após um alto funcionário sugerir que delegados opositores delataram o piloto rebelde.
‘Nos parece inaceitável, rejeitamos isto, que se queira enlamear um processo que exigiu tanto esforço com acusações irresponsáveis e totalmente falsas”, declarou a Mesa da Unidade Democrática (MUD) em carta dirigida ao presidente dominicano, Danilo Medina, divulgada esta Quarta- feira.
Ao confirmar a morte de Pérez durante uma operação policial e militar para capturá-lo, o ministro da Defesa, general Néstor Reverol, garantiu que dirigentes da MUD colaboraram para a localização do piloto rebelde, “com base nos diálogos de paz” na República Dominicana.
A MUD advertiu que as palavras de Reverol “comprometem o bom andamento” do processo de negociações visando saídas para a crise política e económica na Venezuela. Uma nova ronda de negociações está prevista para Quinta e Sexta-feira, em Santo Domingo, mas a MUD ainda não confirmou a sua participação.
Uma fonte ligada à aliança opositora disse à AFP que é “muito possível” que os delegados não viajem para Santo Domingo devido ao caso Pérez e diante da ausência dos chanceleres que acompanham as conversações. “Queríamos que fossem (…), mas não vão”, disse Quartafeira o dirigente chavista Diosdado Cabello, em referência aos delegados da oposição.
Segunda-feira, Pérez foi encurralado com um grupo de homens numa casa a 25 Km de Caracas, e através de um vídeo acusou as autoridades de quererem matá-lo, sem aceitar a sua rendição. Organizações de direitos humanos alertaram para uma possível “execução extrajudicial” na operação que levou à morte do piloto rebelde.