A Organização Mundial da Saúde receia que o total de mortes causadas pelo sismo na Turquia possa ascender aos 20 mil.
Balanço mais recente confirma mais de cinco mil vítimas mortais
Um dia depois do abalo, que chegou aos 7,8 graus na escala de Richter, as autoridades identificaram mais de 5 mil mortos, entre a Turquia e a Síria.
Mais de 6 mil edifícios foram destruídos. As imagens de prédios reduzidos a entulho, outros com andares amontoados como panquecas não antecipam operações de salvamento bem-sucedidas. Só pequenos milagres, como o do exfutebolista do F. C. Porto, Christian Atsu, que foi resgatado com vida, ontem, Terça-feira.
“Há o continuado potencial para futuros colapsos, por isso tememos um aumento do número” de mortos, disse Catherine Smallwood, dirigente europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS). O total de vítimas pode ascender a 20 mil, acrescentou, citada pela agência de notícias francesa AFP.
“Vemos sempre isto nos terramotos, infelizmente, em que o número inicial de mortos ou feridos sobe significativamente na semana que se segue”, disse Smallwood.
Em 24 horas, cerca de 8 mil pessoas foram resgatadas dos escombros, dados das autoridades turcas, mas o total de vítimas mortais não pára de subir. Só durante a manhã, passou de cerca de 3500 para mais de 5 mil.
O vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, disse, essa Terça-feira, que o número de mortos em território turco aumentou para 3419 e que os feridos são mais de 20 mil.
Juntando as 1602 mortes confirmadas na Síria, o sismo de Segunda-feira de madrugada reclamou pelo menos 5021 vidas.
“Todos estão empenhados de alma e coração no resgate, mas o Inverno, o tempo frio e o facto de o terramoto ter ocorrido durante a madrugada tornam tudo mais difícil”, reconheceu o presidente turco, Recep Erdogan.
“Não sabemos até que ponto o número de vítimas vai subir, à medida que se removem os destroços dos edifícios que ruíram”, disse o líder turco, numa conferência de imprensa, na qual anunciou 912 vítimas mortais, ao fim da manhã de Segunda-feira.
Em menos de 24 horas, os mortos praticamente triplicaram.
“As primeiras 24-48 horas são cruciais para salvar as pessoas, mas o tempo frio vai reduzir essa janela temporal”, disse Steven Godby, especialista em desastres naturais da Universidade de Trent, em Nottingham, no Reino Unido, citado, também ontem, pelo jornal britânico “The Guardian”.
O tempo frio é uma preocupação identificada pelas equipas de socorro e resgate. Durante a noite, as temperaturas na região desceram até aos cinco graus negativos. “As condições climatéricas adversas continuam na região.
Assim, de tempos a tempos, é difícil transportar as equipas de busca e salvamento para o local”, admitiu um responsável da Protecção Civil turca, Orhan Tatar, essa Terça-feira de manhã, em declarações à AFP.
Segundo aquele dirigente, há mais de 24 mil pessoas envolvidas nas buscas esta manhã, dos quais cerca de 2700 estrangeiros.
Foi estabelecida uma ponte aérea, que fez chegar à Turquia cerca de 300 mil cobertores, 41500 tendas, além de aquecedores e fogões de campanha.