Na véspera de mais um início da liga dos campeões africanos, competição que agrega as melhores equipas dos campeonatos internos do continente africano, assim como aqueles que se guindam noutras posições cimeiras, Angola recebeu uma delegação da Confederação Africana de Futebol para averiguar as condições do estádio 11 de Novembro.
Erguido inicialmente para albergar um dos grupos do Campeonato Africano de Futebol, que Angola organizou em 2010, isto é, há sensivelmente 13 anos, havia a possibilidade de nos próximos dias a infraestrutura ser veta- da por não possuir condições propícias para a prática da modalidade.
Tido em África como um dos mais ricos países, não se descurando o facto de ser um dos maiores produtores de petróleo do continente, com inúmeros desafios pela frente, Angola vai dando sinais infelizes de até não estar à altura de infra-estruturas que nunca deveriam ser um problema.
Num primeiro momento, mesmo que custe, se falou da inexistência de condições até mesmo nos balneários, uma situação que não deixou de ser constrangedora, por- que surgiram, posteriormente, ameaças do órgão reitor da modalidade no continente africano de que os jogos da selecção nacional sénior de futebol pudessem ser trans- feridos para um outro país.
Lembro-me de, na altura, ter havido uma indignação perante tais factos, o que fez com que num determinado momento se tivesse resolvido pontualmente este imbróglio que não deixa de ser vergonhoso. Isso se tivermos em conta o tempo de vida dos estádios construídos pelo Executivo, há pouco mais de 13 anos, e a degradação acentuada que se vai observando.
Depois dos balneários, há poucos dias surgiu a situação do relvado do estádio 11 de Novembro, que à semelhança dos demais existentes noutros pontos do país, também apresentam uma imagem calamitosa que em nada dignifica o bom nome do país e muito menos daqueles que têm responsabilidades no sector do desporto.
E hoje somos escrutinados por uma equipa de inspectores, provenientes da Confederação Africana de Futebol, por causa de um problema que se se tivesse genica e muita gente em altura de dirigir as infra-estruturas construídas há mais de uma década nunca seriam problemas. Felizmente, as conclusões apresentadas pelos inspectores permitemque as selecções de Angola e as principais equipas, como o Petro de Luanda, que estará engajado na principal prova de clubes do continente, possam efectuar as suas partidas nesta catedral. Porém, um dos inspectores fez questão de garantir que não se trata de uma aprovação definitiva, uma vez que ainda existirão lacunas que devem ser supridas com alguma urgência.
No caso do 11 de Novembro, o que se disse é que não havia água para a relva. O Chiazi em Cabinda é uma autêntica múmia e a Tundavala, na Huíla, vai resistindo aos poucos, mas diferente do Ombaka, em Benguela, que também tenta dar o ar da sua graça.
Estando praticamente notada a ineficiência de determinados gestores, não faz sentido que o Estado ainda chame a si a gestão de todos os estádios, assim como de outras infra-estruturas erguidas no país para servir o sector do desporto. É preciso alterar a fórmula, para que estas pequenas coisas não manchem regularmente a imagem das autoridades do país.